Uma menina de sete anos será a madrinha de bateria da escola de samba Unidos do Viradouro, do Rio de Janeiro. O parecer da juiza Ivone Caetano, da 1ª Vara da Infância, Juventude e Idosos foi favorável e acabou com a polêmica iniciada pelo Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedca) ao questionar a escolha de uma criança para o posto.
À agência Efe, em notícia publicada no G1, a assessora de comunicação da agremiação Joice Hurtado afirma que a escolha da menina foi de modo espontâneo. “Hurtado explicou que a decisão de escolher Júlia como rainha da bateria ocorreu de maneira espontânea depois que a menina, que assistia a um ensaio da escola no último dia 17, pediu que a deixassem dançar diante dos músicos. Diante da boa recepção do público presente, Júlia pediu para ocupar o posto no desfile.”
Conversei com a mesma assessora, por telefone, no dia 28 de janeiro e esta me informou que o presidente da escola, Marco Lira, tinha o desejo de que a filha fosse, algum dia, rainha de bateria da escola. Diante da resposta negativa da cantora Mexicana Thalia para ocupar o posto, o pai teria antecipado o sonho de ter a filha à frente da bateria. Pelo visto não foi uma escolha tão espontânea.
Na ocasião a assessora ainda informou ao titular do blog que outras 120 crianças desfilarão na ala infantil da escola. “A agremiação envia a solicitação das crianças desfilarem”, explicou Joice. No caso da criança em questão seria enviado ao juizado um adendo com o figurino a ser utilizado por ela no desfile. Joice garantiu que a fantasia seria infantil e não denotaria sensualidade.
Uma das críticas mais severas a se ter uma criança como rainha de bateria é o fato deste posto ser ocupado por mulheres, consideradas símbolos sexuais do país. O que poderia acarretar para a criança prejuizos morais, pois vale ressaltar que ela tem apenas 7 anos.
No site da escola se pode ver as fotos da menina nos ensaios com trajes nada infantis. Será que é mesmo salutar uma criança desfilar como rainha de bateria de uma escola de samba? A assessora, na ocasião, me falou que a malícia está na cabeça dos adultos.
Ainda sou da opinião que é desnecessária a exposição dessa criança no posto já descrito.