A semana santa apresenta personagens, símbolos e gestos eloquentes como a entrada de Jesus em Jerusalém, a cruz, o choro das mulheres na via crucis, o túmulo vazio, entre outros.

Na narrativa da paixão do Senhor um destaque para Pôncio Pilatos, prefeito da província romana da Judéia, sob cujo reinado padeceu Jesus. Este homem possuía autoridade para absorver o réu nazareno que, numa perspectiva político-social, foi vítima das intrigas de grupos religiosos oligárquicos de então, e não o fez.

Pilatos não quis se envolver, lavou suas mãos, gesto que no decorrer da história foi imitado de outras formas por uma legião de autoridades, detentoras de poder, que escolheram zelar pela própria imagem à verdade.

O prefeito romano retira de si a culpa, outorga-a ao povo, como se dissesse, sou livre de sangue inocente. Em nossos dias, o cenário mudou, entanto, o gesto referido é renovado cada vez em que se deixa de defender o fraco, de praticar a justiça e difundir a verdade.

Aparenta ser mais fácil eximir-se da responsabilidade que nos cabe, mesmo diante de uma humanidade que geme e sofre a espera da manifestação dos filhos de Deus. A humanidade precisa de  pessoa ousadas, capazes de se colocarem na condição do outro, assim como faziam os advogados (Paraclitos), na antiguidade.

A verdade deve refulgir de nossas palavras e ações, ela nos liberta da apatia, do medo e da covardia. Cada um pode colaborar com  verdade e ajudar a construir a civilização do amor que não é uma utopia, mas necessidade.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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