No dia do trabalho apresentamos uma reflexão sobre as novas profissões que têm surgido mediante os modernos meios que despontaram, sobretudo na área da comunicação e sua relação com a evangelização.
É possível ser um profissional a serviço da Igreja e da Evangelização? Quais os principais desafios de quem põe seus talentos a serviço de uma instituição religiosa? Quais as perspectivas que se abrem?
São perguntas que de pronto não possuem uma resposta fechada e completa. Exige reflexão, apuração histórica e mais do que isso, a construção de uma nova mentalidade.
É preciso esclarecer algumas realidades sobre o trabalho na Igreja. Algumas pessoas são chamadas por Deus a consagrar suas vidas integralmente ao serviço Dele. São padres, freiras, leigos consagrados pertencentes às mais diversas expressões eclesiais, que tendo ouvido o apelo divino abrem mão de seus planos e projetos pessoais para abraçar um ideal maior, amplo, que contempla um horizonte mais vasto, capaz de atingir mais pessoas, consequentemente, mais almas para Deus.
Uma pessoa quando é chamada a esta entrega total e incondicional é vocacionada com todos os seus dons e talentos, logo, estas dádivas que pode ser cantar, cozinhar, administrar, pintar, escutar, desenhar ou ainda ensinar, escrever, cuidar dos enfermos e mais pobres são colocadas em comum com o único objetivo de anunciar o Evangelho de nosso Senhor.
Por outro lado, existem aqueles que são leigos, vivem sua consagração batismal, ou consagração em comunidades novas, institutos, ordens terceiras, possuem sua família, estudam e trabalham, contudo, dedicam horas de seu dia ou semana ao serviço voluntário em vista da evangelização, também aplicando seus dons em benefício da construção de um mundo melhor, de uma ação pastoral mais eficaz.
Mas quero aqui levantar uma reflexão. Para que o trabalho de evangelização aconteça a contento em um mundo de pessoas cada vez mais exigentes é necessário a presença de profissionais que dediquem seus dons e talentos a serviço de um planejamento pastoral ousado em vista de uma evangelização consistente e fecunda.
Profissionais para o mundo virtual
Em tempos atuais, para uma instituição religiosa cumprir bem sua missão precisa estar conectada à dimensão virtual,por exemplo, realidade que modificou a cultura vigente. Vale lembrar que isto não é feito sem investimento. Se para construir um templo ou qualquer edifício se torna necessário nos quadros de funcionários a presença de engenheiros, arquitetos, pedreiros, a aquisição de materiais e posteriormente arcar com a manutenção do prédio, no mundo virtual não é diferente.
Embora algumas coisas – assim como na construção do prédio – se consiga mediante doações e voluntariado existem outras que requer investimento, contratação e manutenção do serviço criado.
Este é o novo horizonte que se apresenta às mais diversas instituições. Um desafio a ser superado.
Na maioria das vezes uma pessoa quando se diz funcionária (remunerada) de alguma realidade eclesial é vista com maus olhos, como uma espécie de usurpadora dos bens divinos. Trata-se de uma mentalidade errônea e pretérita. Uma pessoa pode ser, sim, um profissional a serviço a Igreja, recebendo dela um justo salário, se isto exigir a complexidade do planejamento e a meta da instituição de ousar em um trabalho profissional.
O Social Media: profissional dos tempos modernos
Caso consideremos que o trabalho de uma secretária paroquial é essencial – e é – à instituição – e ela é remunerada para exercer o ofício – a presença de um social media, por exemplo, tem se tornado uma exigência dos tempos modernos. Quem vai cuidar da presença da paróquia ou da instituição na Rede? Quem vai alimentar as Redes Sociais? Quem vai monitorar o que se diz da Igreja no ambiente online? Que ferramentas a instituição implementará com o objetivo de tornar mais próxima a comunicação com seu rebanho? Como será a captação de recurso nesta esfera? E a festa do padroeiro, como terá mais êxito se contar com uma forte presença no mundo digital?
Vale lembrar que a estas muitas perguntas já existem respostas, isto porque desponta pessoas com perfil e aptidão para trabalhos neste formato.
Apesar de ser algo novo, quem recorre aos trabalhos de profissionais nesta área garante resultado positivo. Do contrário, quem continua com a mentalidade de uma pastoral rural, um grande feito para as décadas de 70 e 80 não precisa nem se dar à reflexão, mas quem deseja atingir o jovem de hoje, as ovelhas que não estão neste redil é bom que comece a agir, a título de ficar apenas em uma pastoral de manutenção, coisa que não condiz com o evangelizador do Terceiro Milênio. Como se diz na linguagem da internet, fica a dica.