A morte de mais um artista no país chama a atenção da opinião pública para o suicídio. A prática é questão de saúde pública na Europa e também em nosso país. Aqui não queremos entrar no caso particular de Champignon, baixista da Banda Charlie Brown Jr, encontrado morto em seu apartamento nesta segunda-feira . À família enviamos condescendências e aos fãs, que não tomem por exemplo o ato desesperado. É preciso acreditar que sempre existe uma saída, mesmo para as situações mais adversas.
A partir do episódio e do tema proposto, o blog deseja lançar uma reflexão aos cantores católicos, podemos até ampliar,aos artistas católicos.
Estas pessoas receberam talentos especiais que devem ser partilhados em vistas da evangelização para que assim se multipliquem e faça crescer a transmissão da fé, o anúncio da Boa Nova.
Mas podemos perguntar, o que entendemos pelo chamado de evangelizar que receberam esses artistas? A quem esses ministros das artes precisam anunciar a Palavra?
Tenho observado o crescimento da evangelização por parte deste segmento. Artistas que evangelizam o povo. Mas, sobre outras questões igualmente importantes podemos indagar, quem tem evangelizado os artistas seculares? Quem tem lhes proposto que há um sentido de vida, maior que a fama e o sucesso? Onde estão as publicações, retiros, palestras, aproximação dessa classe, que também forma opinião e produz a cultura do país?
Os artistas seculares são vistos – apenas – como concorrentes pelos católicos? Ou – alguns – como disseminadores da contracultura? Acaso são referências absolutas para os católicos que receberam esta missão de evangelizar através das artes?
É preciso que se questione. Estes artistas, antes do que fazem, são pessoas, assim como qualquer uma outra, com histórias de vida sofrida, com experiências traumatizantes, também com sonhos, esperanças e desejos. Não encontrando o apoio ideal buscam nas drogas, na vida desregrada ou mesmo na própria imagem o sentido pelo qual viver. Alguns chegam a acreditar que são como deuses. Mas quando se deparam com a realidade, se percebem que não estão preparados para o embate. Muitos sucumbem.
Acredito que o artista católico, seja da música, do teatro, da dança, da televisão, das artes plásticas, da moda ou do cinema possuem junto com o seu chamado de evangelizar o “povão”, de também anunciar o Evangelho a seus irmãos artistas que ainda não fizeram a experiência com o Amor de Deus, único capaz de dar sentido à mais conturbada vida.
Na minha modesta opinião quando os “artistas católicos” estão frente-a-frente com os “artistas seculares” fazem de tudo para não causarem confronto de opinião ou de estilo de vida. Ficam na grande maioria “enrolando” na conversa, fugindo do debate espiritual, pedindo a Deus para que não tenham que responder perguntas sobre homossexualidade, aborto, castidade e outros temas mais polêmicos. Preferem falar mais de uma fé intimista, sentimental, quase uma auto-ajuda. Já vi situações com esta várias vezes, principalmente no Domingão do Faustão. Creio que eles precisam ser tanto anunciantes da boa nova como também denunciantes das práticas de vida da atual sociedade e que estão em desacordo com o projeto de Deus.
Já imaginou um grupo de oração semanal em pleno PROJAC, por exemplo? O quão irritante seria pro “encardido “?