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Depois de analisar Black Mirror, um dos mais recentes sucessos da Netflix, o Cinema às 8 reúne observações sobre oito séries de TV presentes na plataforma de streaming. Optamos por shows que se mantém relevantes, dentro e fora da plataforma, passando por programas atuais mas nem tão conhecidos pelo grande público, produções originais e shows já encerrados.

1. American Crime (ABC, 2015 | Disponível: 1ª temporada | Renovada para 3ª temporada). Um dos programas mais relevantes atualmente exibidos na TV aberta norte-americana, American Crime acompanha os desdobramentos de um processo legal a partir de um crime com supostas motivações raciais. Criada por John Ridley, roteirista de 12 Anos de Escravidão, a série traz atuações poderosas, incluindo um trabalho primoroso de Felicity Huffman.

2. Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. (ABC, 2013 | Disponível: 3ª temporada | Atualmente na 4ª temporada). Apesar de uma temporada inicial perdida nos clichés das séries procedurais, aquelas que geralmente abordam um caso específico por episódio, Shield se encontra quando se aprofunda na raiz de histórias importantes para a Marvel, como a origem dos Inumanos. Outro ponto de virada da série é quando ela deixa de depender dos restos do Universo Cinematográfico da Marvel e passa a andar com as próprias pernas.

3. The Killing (Netflix, 2011 | Disponível: a série completa em quatro temporadas | Finalizada).  O corpo de uma adolescente encontrado na mala de um carro é o ponto de partida dessa série iniciada pelo canal a cabo AMC, o mesmo de Mad Men e The Walking Dead. A trama lembra o clássico Twin Peaks, embora seja adaptada da dinamarquesa Forbrydelsen. The Killing reúne o que há de melhor nos dramas investigativos: crime bárbaro, segredos familiares e um contexto municipal revelador. Mesmo com uma primeira temporada mediana, a série entrega outros três anos espetaculares.

4. Awake (NBC, 2012 | Disponível: a série completa em 13 episódios | Finalizada). O piloto, de cara, é maçante, o que pode afastar o espectador mais impaciente. Por outro lado, a série, fantasiosa mas com forte apelo dramático, se mostrou um dos produtos mais criativos e intrigantes daquele ano. Talvez tenha sido um exemplo de produção mal alocada – era exibido às sextas-feiras do canal, estava fadada ao cancelamento. Num mundo ideal, teria ganhado sobrevida na TV a cabo ou numa Netflix da vida. Mesmo cancelada precocemente, a série fecha a maioria dos arcos em um final digno. Vale a maratona.

5. Stranger Things (Netflix, 2016 | Disponível: 1 ª temporada | Renovada para 2ª temporada). A série se apropria de referências cinematográficas das décadas de 1980 e 1990 para formar sua narrativa, mas acaba caindo nessa armadilha que criou para agarrar o público. Com excelente ambientação e um elenco infantil competente (contrastando com uma Winona Ryder acima do tom), Stranger Things não estabelece uma fórmula própria e não apresenta nada além de entretenimento descartável e uma dose exagerada de nostalgia. Não é, portanto, uma série ruim. Ainda há tempo para se encontrar.

https://www.youtube.com/watch?v=LgFOjRR9uac&list=PLalmCWWs26Eolicb96fpxhvLIrgx3Khj7&index=1

6. Designated Survivor (ABC, 2016 | Disponível: dois episódios até a publicação desta matéria | 1ª temporada em andamento). A série estreou nos Estados Unidos em setembro e está sendo exibida no Brasil com exclusividade pela Netflix, que traz um episódio por semana – com quase dois meses de atraso. O primeiro conjunto de episódios traz poucos momentos inspirados de uma trama que, aparentemente, tem prazo de validade. Mas tem Kiefer Sutherland e Maggie Q, então estamos bem.

https://www.youtube.com/watch?v=N_f1v0Nx5Sw

7. Terra Nova (Fox, 2014 | Disponível:  série completa em 13 episódios | Finalizada). Com uma premissa distópica, a série se confiou no nome de Steven Spielberg para seduzir seu público, mas não foi o suficiente para se manter no ar por muito tempo. Uma sucessão de eventos previsíveis somado ao elenco mal escolhido derrubou a produção mais rápido do que a Fox esperava. Em suma, uma ideia boa mal realizada. O que é uma pena, porque é única no que se propõe. Vale por Stephen Lang em uma versão alternativa de seu vilão no longa AVATAR, de James Cameron.

8. Penny Dreadful (Showtime, 2014 – Disponível: 2ª temporada | Finalizada). A melhor série de terror já produzida. Em apenas três temporadas, o programa reúne diversos monstros clássicos do horror, incluindo personagens retirados de Drácula, de Bram Stoker, no mesmo universo e em uma linha do tempo completamente verossímil – para eles. Eva Green entrega uma atuação espetacular para a médium Vanessa Ives, que transcende as paredes do sobrenatural. Arrisco dizer que Penny Dreadful é uma das obras-primas do nosso tempo. John Logan, criador da série, também escreveu os roteiros de O Aviador e dos dois últimos filmes da série 007, só para citar alguns exemplos mais populares. Tá bom pra você?

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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