Os rumos do cotidiano de estudantes do ensino médio, dentro e fora das salas de aula, estão abertos à discussão. Hoje, o Conselho Nacional de Educação (CNE) recebe interessados em contribuir na elaboração do documento que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino médio, com a previsão de ser homologado até o fim do ano pelo Ministério da Educação (MEC).
Além de novos conteúdos que deverão integrar a organização curricular, a resolução – previamente elaborada pelo CNE – traz ainda o reforço de que o ensino médio deve ter o foco não apenas na continuidade dos estudos com o ensino de conteúdos previstos em vestibulares, como também na preparação básica para o trabalho, na formação ética dos estudantes e na relação dos fundamentos científico-tecnológicos com a prática.
Entre os novos conteúdos previstos para integrar a organização curricular dessa etapa de ensino estão educação ambiental, diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente, valorização do idoso, música e cultura afro-brasileira e indígena.
Na verdade esse conteúdos já estão contemplados nos temas transversais.
E são assuntos cotidianos, de uma educação voltada para valores. Entrar no currículo é mais uma obrigação para que a escola prove para a sociedade todo o seu valor educacional.
Minha indagação é: será que é preciso mesmo homologar e discutir se isso é importante para o currículo do ensino médio para que a escola comece os assuntos a integrar a sua prática cotidiana?
Ensino Médio, e sua identidade?
Iza Aparecida Saliés
A identidade do Ensino Médio não foi considerada ainda, em decorrência das dificuldades sistêmicas para implantar seus pressupostos legais e conceituais.
Mesmo com todos os investimentos realizados tanto pelo Governo Federal como o Estadual, ainda assim deparamos com escolas com um currículo disciplinar, com um espaço escolar inadequado para essa clientela, uma organização escolar que não atende a realidade plural dos adolescentes e jovens, a estruturas física e material,estão em fase de estruturação dos laboratórios, bibliotecas, ambas com deficiências, oferecendo dessa forma um ensino não condizente com essa clientela.
Precisa fortalecer o Projeto Institucional de Formação de Professore, o Projeto Político Pedagógico deve propor um “Currículo para jovem” em que o sentido do ensino e da aprendizagem deve estar centrado no interesse, e seja significativo para eles.
O Ensino Médio, que se propõem, nas legislações vigentes, LDB /1996, a Resolução n. 3/98 CNE/CEB e o Parecer n. 15/98 CNE/CEB, todos recomendam um olhar direcionado para a organização curricular dessa etapa de ensino.
Quanto ao currículo do ensino médio deve focar o aluno, pois este é alvo principal da ação pedagógica da escola, ele precisa ser preparado para a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade para utilizar as diferentes tecnologias na vida e no mundo do trabalho.
Propõe um Ensino Médio cuja identidade seja consolidada na construção de um ensino voltado para essa categoria social, socialmente reconhecida recentemente, que precisa estabelecer seu espaço, realizar seus desejos, que esteja preparado para superar desafios, que seja capaz de planejar sua vida e seja importante no espaço escolar.