O Prêmio Itaú-Unicef, que há 25 anos reconhece iniciativas de educação integral no país,  transformou-se no Programa Itaú Social UNICEF. O objetivo da mudança é ampliar o fortalecimento de organizações da sociedade civil (OSCs) que, além do fomento financeiro e técnico, participarão de percurso formativo para aprimorar o olhar estratégico sobre sua missão, ações e práticas voltadas ao desenvolvimento pleno de crianças e adolescentes.
As inscrições ocorrem entre os dias 20 de julho e 21 de agosto e o investimento total previsto para esta edição é de R$ 4 milhões.
“A transformação do Prêmio em Programa tem o propósito de incentivar as organizações da sociedade civil a ampliarem seu protagonismo e compromisso com seus territórios de atuação. No contexto da pandemia da Covid-19, ficou ainda mais visível o papel fundamental dessas instituições para a garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Ações mais contínuas e voltadas para resultados que possam ser alcançados e observados irão assegurar sustentabilidade no longo prazo, e permitir que elas consigam manter e aprimorar suas atividades em prol da educação integral em todo o país”, explica a superintendente do Itaú Social, Angela Dannemann.
As instituições inscritas participarão de percurso formativo, que culminará na elaboração de um plano de intervenção. Entre as organizações que concluírem todas as etapas, 40 serão selecionadas para receber até R$ 100 mil cada uma, para a implementação do plano.  A seleção terá como um dos principais critérios a vulnerabilidade socioeconômica e educacional dos municípios em que as OSCs atuam. Além disso, 80% das vagas serão oferecidas prioritariamente às regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, em que tradicionalmente há menor incidência de apoios.
“A Educação Integral só acontece com o envolvimento do território, que precisa ser fortalecido. Esse é um dos nossos principais objetivos ao transformar o Prêmio em Programa, e priorizar as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Nelas, se concentram os territórios com maiores vulnerabilidades no país, que passam agora a contar com o apoio do Programa para ofertarem uma educação integral, inclusiva e de qualidade para cada menina e menino, em especial os mais excluídos”, afirma Ítalo Dutra, chefe de Educação do UNICEF no Brasil.
Outra mudança importante do processo é que as OSCs não precisam mais submeter um projeto para a inscrição no Programa. Mas é determinante que estejam preparadas para participar do percurso formativo a distância com duração de três meses. “Neste momento de múltiplas crises, mais do que nunca será preciso fortalecer a sustentabilidade técnica e financeira das organizações. Para tanto, a iniciativa permite que organizações de todo o país, de diferentes portes e regiões, tenham acesso a um percurso formativo que promoverá o diálogo entre diferentes profissionais da organização, o público atendido, suas famílias e outros atores do território, contribuindo, assim, para seu fortalecimento institucional e para potencializar ações coletivas”, afirma Anna Helena Altenfelder, diretora Executiva do CENPEC Educação.
Quais organizações podem se inscrever 
Iniciativa do Itaú Social e UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), com coordenação técnica do CENPEC Educação (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), o Programa é aberto para OSCs com pelo menos um ano de atuação no país e que trabalhem na perspectiva da educação integral e inclusiva, com ações diretas para e com crianças e adolescentes.
As escolas, que antes concorriam ao prêmio, não podem mais se inscrever diretamente, mas podem ser parceiras territoriais das organizações.
Durante o Programa, as OSCs participam de percurso formativo de três meses e, em seguida, elaboram o plano de intervenção para o território, comprometido com resultados, para se tornarem elegíveis ao fomento técnico e financeiro. As atividades do percurso envolvem a escuta e a participação tanto dos profissionais das organizações como do público atendido (famílias, comunidades e parceiros). Os conteúdos também visam promover a reflexão a respeito da promoção da igualdade de direitos.
Mais informações estão disponíveis no site do Programa.
Por que as OSCs?
As organizações da sociedade civil têm um papel fundamental na oferta de atividades de educação integral, conceito que compreende o desenvolvimento pleno do indivíduo, em suas múltiplas dimensões (intelectual, afetiva, ética, social e física). Para uma educação integral de qualidade, é preciso contemplar a ampliação de tempo, aumentando o período em que crianças e adolescentes estão em contato com a aprendizagem; de conteúdos, com a diversificação do currículo; e de espaços, proporcionando às crianças e adolescentes contato com outras dimensões do conhecimento que extrapolam os muros da escola e de outros espaços institucionais. O território como um todo pode oferecer diferentes oportunidades de aprendizagem e potencial educativo.
Mais informações e inscrições: programaitausocialunicef.cenpec.org.br
FONTE: Tamer Comunicação

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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