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Qualquer análise tática do desempenho do Ceará no empate contra o Santa Cruz é comprometida em função da equipe ter ficado com um jogador a menos desde os 24 minutos do primeiro tempo, quando o goleiro Thiago foi expulso.

O time do Recife fez 1×0, mas antes disso Marinho já deixava claro que seria o único caminho possível para o Ceará conseguir a vitória ou ao menos não sair derrotado. Em função das falhas defensivas e do mérito do adversário, o máximo que o alvinegro conseguiu foi o empate por 3×3 – um jogo muito bom de assistir, mas com resultado ruim para o alvinegro – e seria ainda pior com a derrota, que só não ocorreu porque Marinho estava em campo.

Além do passe para Roger Gaúcho marcar e dos dois gols que fez, o atacante criou todas as outras jogadas de perigo do Ceará. Atuando pelo lado direito, mas se movimentando demais por todos os setores ofensivos, Marinho carregou o Ceará na costas, uma ilha de lucidez cercado de fragilidade, equívocos e precipitação por todos os lados do gramado do Castelão.

Do ponto de vista de luta a torcida do Ceará não tem do que reclamar porque a equipe colocou a alma em campo. Não há contestação e a notícia é até boa para uma equipe injustamente acusada de dar pouco sangue, mas o talento foi de um jogador só. O problema é que Marinho, sozinho, não consegue tirar o alvinegro da zona de rebaixamento. Ele precisa de companhia efetiva ao seu lado. São cinco pontos em 24 disputados, uma campanha pavorosa com 20% de aproveitamento e, na sequência, dois jogos fora de casa, o primeiro sem Marinho, suspenso por ter tomado o terceiro cartão amarelo de forma boba, ao tirar a camisa.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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