O futebol tem suas nuances e uma delas é que nem sempre o bom planejamento fora de campo transforma o clube em campeão. Não é uma simples equação 1 + 1 = 2 porque estamos falando de um esporte espetacular justamente por isso. Um gol contra, um gol perdido, uma furada, um frango do goleiro, uma decisão errada do técnico, uma defesa espetacular, um tombo, uma escorregada, um morrinho artilheiro decisivo, uma bola que passeia por cima da linha do gol, um erro de arbitragem ou outras tantas possibilidades dentro de campo mudam destinos em segundos.

O Fortaleza, nesta Série C, fez o que tinha que fazer do ponto de vista de condição de trabalho para os seus atletas. Salários pagos corretamente; prêmios pela conquista do estadual acertados antes dos jogos contra o Brasil; boas condições de concentração e logísticas de viagens, além de estrutura médica, física e fisiológica competentes.

Ainda assim, a equipe foi eliminada pelo Brasil-RS sem ter feito nenhum gol em quase 200 minutos nas quartas de final. Foi muito mal na partida em Pelotas, com exceção dos 10 aos 30 minutos do primeiro tempo, e no confronto no Castelão criou 10 chances reais para marcar, mas esbarrou na incompetência, em atuações individuais ruins e na falta de criatividade para colocar a bola para dentro, sem esquecer da atuação com muito mérito do adversário.

A frustração tricolor, entretanto, não pode transformar o certo em errado. Muito menos exemplos de equipes desorganizadas que têm algum sucesso devem ser paradigmas. O Fortaleza não perdeu em campo porque agiu corretamente com seus jogadores. O caminho de crescimento contínuo é justamente o de tentar ser o mais profissional possível. Nem sempre dá certo.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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