Com mais posse de bola (60% x 40%) e finalizações (11×3), o Ceará teve como estratégia a iniciativa ofensiva para tentar vencer o Vasco em um Castelão com o terceiro maior público pagante de 2016 no Brasil, especialmente no primeiro tempo, quando perdeu duas chances claríssimas de abrir o placar, uma com Diego Felipe e outra com Rafael Costa. No segundo tempo as oportunidades não apareceram porque faltou aproximação, paciência e criatividade. O time também optou por não arriscar demais já que o empate não era ruim pensando no campeonato.

O Vasco, por sua vez, não fez nenhuma questão de ter a bola em qualquer das etapas do confronto. O time entrou em campo claramente para não perder e, se possível, tentar a vitória em alguma falha do Ceará, que não ocorreu.  A equipe de Jorginho e Zinho teve menos jogadores no meio-campo, mas depois que acertou a marcação após cerca de 30 minutos de partida, sofreu pouco defensivamente e, no ataque, não deu trabalho algum para Éverson.

Foi um jogo bem ruim, com resultado bom para ambos pelas circunstâncias.

Somando 35 pontos em 19 partidas, o Ceará termina o turno da Série B com uma ótima campanha com 10 vitórias, cinco empates e apenas quatro derrotas. Nem será preciso repetir o aproveitamento de 61,4% para conseguir se manter no G4 e subir para a Série A. É verdade que agora a distância para o quinto colocado – único número que efetivamente interessa – diminuiu para cinco pontos, já que o bom Brasil de Pelotas está com 30 pontos após duas vitórias contundentes seguidas. Ainda assim, o alvinegro tem um desempenho que lhe dá segurança para trilhar o mesmo caminho no returno.

Não há dúvida que embutido nesse caminho está o jeito de comandar de Sérgio Soares. Em 2014 pelo Ceará e em 2015 pelo Bahia ele foi bem demais no primeiro turno da Série B e caiu repentinamente no segundo, sendo demitido de ambos antes do fim da competição e com os clubes fracassando na tentativa do acesso. Nesse ano o técnico tem mostrado mais variação de jogo, rodando mais o elenco, mostrando uma forma mais equilibrada de comandar. Passa muito pela inteligência do treinador e do trabalho de toda a comissão técnica o sucesso da equipe no fim de novembro.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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