Apesar do discurso do técnico Marquinhos Santos sempre apontar para o desejo de título da Série C, todos os torcedores do Fortaleza, além dos jogadores e do próprio técnico, sabem que a única coisa que importa é o primeiro mata-mata desse regulamento esdrúxulo que a CBF inventou para a terceira divisão. Mesmo com isso em mente, a comissão técnica tricolor tenta tirar a pressão das duas partidas decisivas mas, obviamente, não faz qualquer sentido lógico.

Na primeira fase as histórias do Fortaleza e das outras equipes que disputaram a Série C mostram que tanto faz como tanto fez ficar em primeiro lugar. Estar entre as quatros equipes é efetivamente o único aspecto relevante.

E jogar bem? O tema é controverso. Apesar de todo mundo querer ver o seu time com boas e consistentes atuações, no atual sistema da Série C só importa ganhar, seja de que jeito for, e fazer os pontos necessários.

Neste domingo, contra o América-RN, o Fortaleza manteve a liderança do grupo A com 22 pontos. O time voltou a apresentar falhas defensivas que precisam de correção e, no ataque, além dos gols, também criou outras oportunidades. O time não teve uma grande atuação, mas quem tem tido grandes atuações no futebol brasileiro?

Jogos de mata-mata têm a sua lógica própria e, basicamente, mantém uma aleatoriedade que assusta. Marquinhos e os jogadores do Fortaleza têm como obrigação tentar corrigir todas as falhas possíveis até lá e, especialmente, investir no trabalho de concentração e assumir a pressão. Fingir que ela não existe é um erro. Aprender a controlá-la é o único caminho possível.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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