É possível explicar, mas impossível compreender como o Fortaleza conseguiu jogar tão mal contra o Cuiabá, na derrota por 2 a 0, neste domingo. Absolutamente nada deu certo. Atuações individuais abaixo da crítica, organização tática inexistente, falta de ímpeto, lentidão excessiva, desatenção, além de atletas nervosos fazendo faltas desproporcionais e cometendo pênaltis sem qualquer necessidade.

É o tipo de desempenho que assusta o torcedor e só se justificaria caso o ambiente do clube estivesse péssimo, com brigas internas, racha com o treinador, falta de estrutura para treinos e salários atrasados. Ocorre que nada disso faz parte do cenário atual do Fortaleza. O ambiente é bom, os jogadores confiam no técnico Marquinhos Santos, a condição de trabalho é boa e os salários estão sendo pagos corretamente.  E mais: o elenco da equipe está bem adequado com a necessidade da competição e diante da possibilidade financeira do clube.

O Fortaleza parece estar em processo de autossabotagem. O time terminou na liderança o primeiro turno na primeira fase com 17 pontos, mas vem mostrando uma irregularidade que não se justifica – apenas cinco pontos em 12 disputados no segundo turno – mesmo com eventuais desfalques. Diante dos três piores times do grupo – Confiança, River e Cuiabá – foram 18 pontos disputados e apenas oito somados.

O risco de sair do G4 na próxima rodada é real. Caso perca para o ABC por qualquer placar em Natal e Remo e ASA vençam seus jogos em casa diante de Confiança e América-RN, respectivamente, a quinta colocação do grupo será realidade.

Derrotas ocorrem, mas a postura do time diante do Cuiabá exige reação da diretoria e da comissão técnica. Conversa séria, olho no olho, cobrança profissional e necessária diante do quadro atual. Os líderes do grupo também precisam se manifestar, casos de Lima, Corrêa, Berna e Anselmo. É a única forma de transformar uma atuação desastrosa em um evento positivo na tentativa – ainda possível – de voltar a disputar a Série B.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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