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Sem florear a situação, Fortaleza e Ceará vivem um drama no setor ofensivo na Série A do Campeonato Brasileiro. Falta qualidade na definição das chances criadas, que até aparecem, mas são desperdiçadas uma após a outra.

Em texto publicado por aqui recentemente, abordei o assunto. O Ceará marcou 10 gols em nove partidas, média baixa de apenas 1,1 por jogo. Do total de tentos anotados, quatro (40%, portanto) foram diante do CSA. O número de gols do Fortaleza é ainda pior. O time anotou só oito em nove partidas, média de 0,88 por encontro. É um aproveitamento extremamente ruim, que também depende da melhora geral na articulação do meio-campo e criação de alternativas por parte dos técnicos.

Nesta semana, para que o cenário fique ainda mais precário, o Fortaleza anunciou que vai negociar Junior Santos com o Kashiwa Reysol, do Japão. Já o Ceará liberou Ricardo Bueno para o CSA. Nenhum torcedor lamentou as saídas – os atletas nem era titulares mais – o que torna a situação ainda mais grave, tendo em vista que os dois deixam Alvinegro e Tricolor como artilheiros da temporada – 10 gols cada – mantendo boa distância para os segundos colocados.

Entendo, compreendo e concordo com várias críticas que eram feitas aos atletas. Efetivamente não são os ideais para resolução do problema de finalização dos elencos. Assim, o cenário que fica é de ampla pobreza no relevante quesito do tal fazedor de gols.

Do atual elenco do Tricolor (39 gols em 2019), o artilheiro é Edinho, com apenas seis gols em 2019. Depois aparece Ederson, com cinco, mas o atacante se contundiu com gravidade na semifinal do Campeonato Cearense e não deve mais atuar na temporada em função da cirurgia no ligamento cruzado do joelho esquerdo. Depois aparece Marcinho, que marcou quatro tentos (há chance do jogador deixar a equipe caso o Internacional consiga vender seus direitos econômicos), seguido de Wellington Paulista e Osvaldo, com três e Romarinho e André Luis, com dois cada.

No Ceará (50 gols em 2019), do atual elenco, o artilheiro é Chico, com cinco gols. Nem titular ele é no momento. Roger saiu do clube e também tinha cinco tentos anotados. Depois aparece Felipe Baxola (quatro gols), seguido de Thiago Galhardo e Leandro Carvalho, com três. Já Ricardinho, Samuel Xavier e Carleto balançaram as redes duas vezes (Vitor Feijão, Juninho e Matheus Matias também fizeram dois gols, mas já foram embora do Alvinegro)

A situação é, portanto, complicadíssima. Ou aparece alguém nos clubes que de uma hora para outra vire o artilheiro inesperado, ou as diretorias vão precisar contratar atletas que efetivamente tenham potencial para resolver.

Para a permanência na Série A em 2020, Ceará e Fortaleza necessitam de mais do que têm feito até aqui dentro de campo.

Colaborou com os dados, Thiago Minhoca

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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