Passadas 13 rodadas do Campeonato Brasileiro da Série A, o Fortaleza segue fora da zona de rebaixamento (ocupa a 14a. colocação), distante quatro pontos da Chapecoense, primeiro time do Z-4.

Apesar do baixo número de gols marcados – são 14, média de 1,07 por jogo – o mais preocupante setor da equipe é o defensivo, que sofreu 20 tentos, terceiro pior da competição (apenas Chapecoense e Fluminense tomaram mais gols).

Quando se analisa a defesa de uma equipe é preciso observar mais do que desempenhos individuais de zagueiros, laterais e volantes. Além das características e atuações de cada atleta, a execução do esquema tático é fundamental e nesta seara o Tricolor tem deixado a desejar, sofrendo tentos em 12 dos 13 jogos e dando espaços consideráveis para os adversários aproveitarem os contra-ataques.

Não se trata de cravar se o sistema é 4-2-4, 4-2-3-1, 3-5-2, 4-1-4-1 ou seja lá qual combinação. De maneira objetiva, tanto como mandante (sofreu sete gols) ou como visitante (tomou 13), o Fortaleza concede clarões constantes aos ataques opostos, com baixa proteção nas subidas de laterais e na frente da zaga.

Felipe e Juninho são volantes de talento com a bola nos pés. Juninho, inclusive, tem se destacado nas estatísticas ofensivas da equipe, mas ambos não são brilhantes marcadores. Tinga e Carlinhos, os laterais que mais atuam, avançam muito e não é raro deixarem vácuos que não são cobertos. Outro ponto fundamental é o espaço que fica entre os defensores e os atacantes, deixando o meio-campo desabitado.

A entrada de Derley, volante de mais poder de marcação, e a efetivação de Mariano Vázquez, recém chegado, mas o único meio-campista criativo do elenco, são opções que poderiam ser testadas já diante do CSA, na segunda-feira que vem. Uma outra alternativa: a entrada de Derley na vaga de um dos homens de frente, avançando então Juninho, além da efetivação de Gabriel Dias na lateral, jogador mais forte no combate.

Meu ponto, repito, é a quantidade de gols que o Fortaleza está tomando para além dos erros individuais. Em 13 rodadas já fica evidente que não tem dado certo. Tentar mudar é preciso, por mais que Rogério Ceni defenda categoricamente que foi no atual jeito de jogar que o time ganhou a Série B 2018, o Cearense 2019 e a Copa do Nordeste 2019. Ele tem razão, mas a Série A é outro departamento e em 39 pontos disputados já dá para tirar conclusões relevantes.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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