(Foto: Universidade de Belas Artes de Hamburgo. Reprodução/Instagram)

Texto: Beatriz Belchior / O POVO

Já pensou em receber dinheiro para não fazer nada? A pergunta é curiosa e um tanto quanto incomum, apesar disso, é real. Um projeto da Universidade de Belas Artes de Hamburgo, na Alemanha, está oferecendo 1.600 euros – mais de 10 mil reais, de prêmio para quem apresentar as três melhores ideias sobre o que não querem fazer. Qualquer pessoa, sendo artista ou não, pode participar do concurso idealizado pelo arquiteto, curador, designer e escritor, Friedrich von Borries.

A iniciativa é chamada de “projeto de arte” pela Universidade e os candidatos precisam dizer o que não querem mais fazer e por quanto tempo querem parar. As três melhores propostas que convencerem os júris000 darão aos concorrentes o valor da bolsa para não se fazer nada. “Pode ser um apresentador de rádio que decide não dizer nada por cinco minutos em um programa. Ou alguém que não quer produzir lixo plástico por um mês”, disse Borries a Deutsche Welle.

O objetivo do projeto é refletir questões sobre o impacto de quando deixamos de fazer determinadas ações. Como isso reflete no meio ambiente, na sociedade e na saúde, por exemplo. As ideias começarão a ser apresentadas em 6 de novembro deste ano, em uma exposição no Museu de Artes e Ofícios de Hamburgo.

O idealizador projeto pretende iniciar um debate visando mudar a postura da sociedade no futuro. “Não seria muito melhor ganhar prestígio social com ter tempo para sonhar, tempo para ir nadar com as crianças, encontrar amigos, colocar os pés para cima, tempo para não fazer nada?”, reflete ele.

“Para a transformação ecossocial, precisamos de uma mudança cultural e, para isso, temos que mudar nosso comportamento”, afirma o escritor. Segundo ele “todo mundo acha bom colocar os pés para cima. Mas ninguém gosta de ouvir que não pode mais fazer isso ou aquilo.” Borries pondera sobre a busca por tentar se mais alto, mais rápido ou ir mais longe e ressalta a importância de sair do ringue pelo sucesso. O escritor lamenta ainda sobre como o status social é levado em consideração, sendo medido pelos bens materiais.

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Neto Ribeiro

Cearense; 22 anos; Jornalista e repórter do núcleo de Mídias Sociais do O POVO e colaboro com a editoria de Esportes sempre. Faixa azul de Jiu-Jitsu e praticante de Muay Thai, Judô e Karatê; Amante dos mais variados tipos de esportes; Escritor por vocação, católico por devoção.

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