FOTO: REPRODUÇÃO/ FACEBOOK

 

Inseguranças sobre o próprio cheiro todo mundo tem, não é mesmo? Realmente não é nada agradável emitir mau odores. Mas possuir uma doença extremamente rara que o faz cheirar a peixe é muito pior. A radiologista Kelly Fidoe-White, de 41 anos, moradora de Manchester, Inglaterra, sofre com essa patologia e já chegou a tomar 4 banhos por dia, mas nada adiantou. 

A britânica possui trimetilaminúria (TMAU), doença genética com incidência desconhecida em que o corpo não consegue decompor a trimetilamina. Essa substância apresenta odor muito forte e característico e, normalmente, é expelida pelo organismo. A trimetilamina se apresenta com odor que remete especialmente a peixe, mas também ovos podres, cebola estragada, fezes ou lixo.

O distúrbio é mais conhecido como “síndrome do odor de peixe” e, por ser extremamente raro, só teve 100 casos registrados no mundo, embora alguns médicos acreditem que o número real pode ser em torno de 200. Ainda, a TMAU se configura como uma condição raríssima.

“As pessoas chamam isso de maldição e eu posso ver o porquê”, disse a radiologista em entrevista ao programa britânico Need To Know.online. “Para resumir em duas palavras é confuso e isolador.” Ela explicou ainda que a pior parte é sentir que você está enlouquecendo com isso, podendo tomar conta de seus pensamentos.

A mulher percebeu pela primeira vez que algo estava errado quando ela tinha 6 anos, depois de sentir que sua urina cheirava a peixe. A  situação foi se tornando uma bola de neve quando ela atingiu a puberdade e passou a sofrer bullying por conta do mau odor que exalava. Kelly chegou a desenvolver depressão e evitava sair de casa para não ser ridicularizada. E somente em 2015, aos 34 anos, que foi diagnosticada com TMAU.

Muitos mitos foram criados em torno da doença e ela não tem nada haver com a questão da higiene pessoal. “Eu poderia lavar a cada hora de todos os dias e seria apenas uma solução a curto prazo”, lamentou a profissional, alegando que os pacientes muitas vezes cheiram pior depois do banho porque os poros se abrem mais por conta da água morna. 

Além da falta de banho criado em torno dos pacientes que possuem TMAU, o peso também foi um dos mitos inventados para justificar o odor “meu cheiro era muito pior quando eu estava mais magra.”

Felizmente, Kelly conseguiu conter seus sintomas de mau cheiro, evitando alimentos ricos em cloro, como fígado, rim, feijão, amendoim e vegetais crucíferos e está livre dos sintomas. Também está tomando suplementos cientificamente selecionados para reduzir a produção de TMA e aumentar a oxidação de TMA. 

Tagged in: