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Na hora de arregaçar as mangas, é preciso parar um pouco e pesquisar sobre o mercado no qual irá se inserir. Especialista aponta quais os erros mais frequentes dos empreendedores de primeira viagem

O caminho para um empreendimento de sucesso requer muito planejamento. Quem contratar? Como controlar o fluxo de caixa? Quantos funcionários irei precisar? A quais aspectos legais tenho que ficar atento? Todos esses questionamentos podem ser resolvidos com consultoria e pesquisa, seja pela internet ou presencialmente. Porém, alguns equívocos podem ocorrer no percurso e é importante que os empreendedores de primeira viagem fiquem atentos a eles.

Entre os erros mais comuns, Alice Mesquita*, mestra em Engenharia de Produção e especialista em consultoria para pequenos negócios, enumera desconhecimento do público-alvo, tratar o negócio como um “bico” e falta de planejamento financeiro, como a mistura do caixa da empresa com o dinheiro do empresário. “É importante fazer pesquisas sobre o negócio, observar o comportamento dos concorrentes, a forma de negociação com os fornecedores, os gostos e hábitos do público alvo, isso vai dar um direcionamento ao empresário no momento da modelagem do negócio, de forma a torná-lo atrativo para o mercado”, explica.

Para auxiliar a reduzir os riscos de perda de investimento, a especialista comenta que conhecer as etapas de produção é fundamental, como os fornecedores e concorrentes. Um equívoco facilmente evitável é não apostar na locação de um espaço sem saber ao certo como funcionará o empreendimento. Dessa forma, é possível driblar um investimento desnecessário e aplicar o capital em outras necessidades.

Alice Mesquita conta o caso de um cliente que chegou com a ideia de montar uma marmitaria. “Ele fez várias pesquisas e cursos, fez o plano de negócio e daí percebeu que não era viável economicamente. Ele não desistiu de empreender e passou a pesquisar, ainda na área de alimentação, e hoje está abrindo uma bolaria com uma pegada diferente das outras existentes no mercado local e que trará um diferencial competitivo.”

Em relação às ferramentas de preparo, a especialista reforça que as opções são vastas. Universidades estão inserindo disciplinas de empreendedorismo nos cursos, ao passo em que a cada dia se tornam mais acessíveis as formas de pesquisa acerca dos segmentos que se pretende atuar. “A pesquisa GEM [avaliação do nível nacional de empreendedorismo de uma nação] tem mostrado que cresceu nos últimos anos o número de empreendedores que empreendem por necessidade. Isso pode ser um risco se o empresário pensar apenas na necessidade de renda’, encerra Alice.

*Alice Mesquita é articuladora de atendimento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (Sebrae/CE)