Dois homens brancos analisam dados em uma sala de reuniões. Eles trajam ternos. Um está lendo um relatório impresso, enquanto o outro utiliza um notebook. Simboliza empresa familiar

Foto: Rawpixel/Freepik

Nesta modalidade de negócio, os membros da família atuam como acionistas ou como parte da área administrativa

No Brasil, 90% das empresas são familiares, o que representa cerca de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) do País,  de acordo com cados de realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em 2018. O montante é responsável pela geração de 75% da mão de obra nacional. Em contraponto, a pesquisa revela que, de cada 100 empresas familiares, 70% não passam da primeira geração, e somente 5% chegam à terceira geração.

A empresa familiar pode ter em sua formação membros da família como acionistas ou como parte da área administrativa. Segundo o administrador de empresas Silvio Moreira*, um passo importante é ter pré-definida qual atividade cada membro realizará dentro do negócio. “Todo o planejamento estratégico precisa ser feito antecipadamente. Isso auxilia para que não haja sobreposição de função, divergência de opinião ou direcionamento diferente entre os gestores, devendo ser algo bem alinhado e claro.”

4 dicas para gerenciamento de uma empresa familiar

  • Qualificação: é importante que os membros da família se dediquem a realização de cursos e práticas para conhecer o mercado no qual irão se inserir;
  • Encontros com outros gestores: participar desses momentos, além de estimular o networking, também auxilia no ganho de conhecimento;
  • Sucessão: se deve observar em quais áreas os membros da família possuem mais aptidão, ao analisar os resultados de cada setor. Tal prática pode ser realizada com o uso dos indicadores da empresa;
  • Separação: um dos erros mais comuns dos novos empreendedores é a junção do capital pessoal com o da empresa. Essa definição deve ser elaborada de forma adequada, para evitar problemas financeiros futuros.

O sócio menor de idade

Sílvio pontua que os membros menores de idade precisam passar por processo de estágio e treinamento para conhecerem as diversas áreas da empresa, além de experimentarem todas as zonas. Ele comenta acerca do contato com outros funcionários e a operação. “É importante que as futuras lideranças passem por esse reconhecimento para aprender na prática como uma empresa funciona.”

Case de sucesso

Jamila Araújo é diretora administrativa da Casa dos Relojoeiros, empresa familiar com 56 anos no mercado. “Quando entrei, passei dois anos conhecendo todas as áreas. Trabalhei em todas as filiais fazendo um ‘tour’. Então, foram anos de contato com as pessoas mais experientes”, explica. A diretora já está há 17 anos na empresa.

Sobre assumir um cargo administrativo, Jamila conta que o processo se deu de maneira natural. “Eu  e dois irmãos trabalhamos nessa parte e nosso desenvolvimento foi necessário. Meu pai deixou coisas como planejamento tributário nas nossas mãos. Eram decisões que passaram a ser nossas.” A diretora conta que foi feita a contratação gestores que ajudaram com estratégias novas e diferentes para serem aplicadas no negócio. “Nos últimos dois anos, mudamos o que eles mudaram há dez.”

*Silvio Moreira é articulador do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (Sebrae/CE)

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