A partir das informações que coletei ontem, divulgando neste blog em primeira mão [post abaixo], O POVO publicou na edição de hoje matéria em que esclarece vários pontos sobre as falhas na construção Hospital da Mulher, obra da Prefeitura Municipal de Fortaleza.
As informações foram repassadas por Antônio Salvador da Rocha, presididente do Crea-CE [Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia] ao repórter ítalo Coriolano:
1. Uma parte dos pilares que compõem o bloco K da obra cedeu, devido ao uso de tecnologia incorreta na execução da obra.
1.1. Segundo o presidente do Crea como “falta homegeneidade ao solo” onde a obra é erguida, seria necessário usar a “tecnologia de estacas” e não a de “sapata isolada” [fundações rasas] própria para uso em terrenos firmes.
2. Após detectado o problema no bloco K foram feitas novas sondagens no solo e que o projeto – referente a 95% da obra – teve de ser refeito.
2.1. A nova tecnologia, segundo o presidente do Crea, demora um pouco mais para ser feita e é “um pouquinho mais cara”.
3. O presidente do Crea garante que o erro não compromete a construção, se o problema for corrigido.
4. Salvador Rocha diz que o problema foi detectado por técnicos do Crea em fevereiro deste ano [no meu post anterior anotei janeiro]. A Prefeitura foi informada, mas, segundo ele a administração municipal optou por não solucionar o problema de imediato, sob a alegação de “entraves burocráticos” e que a obra não poderia ser feita “no período chuvoso”.
5. Na próxima terça-feira o Crea fará nova visita às obras do Hospital da Mulher quando apresentará um laudo da vistoria.
O bom é que com as irregularidades o Hospital continua sendo construído…e pode?????
Acho que o Presidente do CREA/ Professor Antonio Salvador está sendo muito educado em sua crítica e benevolente demais com a situação.
Se o projeto precisa ser 95% refeito é porque está obviamente 95% errado, ou quase integralmente. Falha estrutural e ausencia de análise de capacidade de carga no solo é coisa de construção improvisada feita mestre de obras de longinqua periferia.