Reprodução do artigo publicado na edição de 27/6/2019, editoria de Opinião do O POVO.
Áudios: situação de Moro pode se agravar
Pena que os apoiadores do ministro da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro, tenham sido tão poucos no depoimento do jornalista Glenn Greenwald à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. A ausência dos principais militantes do “partido do governo”, como os chamava Greenwald, privou a audiência de um saudável confronto, que oporia as provas apresentadas pelo site jornalístico Intercept Brasil e os argumentos dos que contestam a veracidade do material. Na falta de divergências mais profundas, sobraram elogios de deputados da oposição para Greenwald, que pôde dissertar tranquilamente sobre o caso.
Um dos momentos mais tensos do depoimento foi quando a deputada Kátia Sastre (PL-SP) afirmou que quem deveria ser julgado era o jornalista, por ter cometido crime “em conjunto com o hacker”, que, segundo ela, teria invadido telefones das autoridades. Depois referiu-se a uma teoria da conspiração que circula no submundo das redes bolsonaristas, espalhando que Greenwald teria “comprado” o mandato de seu marido, David Miranda (Psol-RJ), pelo valor de 700 mil dólares. O jornalista respondeu que a deputada expressara “acusações graves”, mas disse que faltava mostrar indícios de que ele cometera crime: “Ela não tem evidência nenhuma. Tem apenas tática de intimidação”.
Outra situação – entre o drama e a comédia – foi protagonizada pelo deputada Carla Zambelli (PSL). Ela perguntou por que o jornalista não divulgava todas as provas coletadas, desafiando-o a “tocar o áudio aqui, agora”, pois ele dissera haver gravações em meio material em seu poder. Greenwald respondeu que os áudios seriam divulgados quando estivessem prontos “jornalisticamente, com responsabilidade”. E emendou: “Acho que você vai se arrepender muito de ter desejado isso”, possível referência à alta voltagem da revelação.
Moro, de fato, depois do susto inicial, conseguiu emplacar uma contranarrativa para convencer e dar argumento a seus “fãs” mais aguerridos; surgindo uma situação mais grave será difícil culpar o “hacker” – e continuar afirmando que a atuação dele, como juiz, foi “normal”, mesmo trabalhando em conjunto com a acusação.
Plínio,Plínio,Plínio…o corregedor do MP descartou quaisquer sanções contra o Ministro Sérgio Moro por entender que não viu nada de anormal na suposta coversa naqueles vazamentos,além de serem conseguidos de forma ílicita e não periciada.O Sr.Glen Greenwald não pratica o jornalismo investigativo,The Intercept nada mais é do que um site tendencioso ligado às “ideologias ” de seus fundadores.
Mais de 2000 mil (dois mil)juízes estão apoiando o Ministro Sérgio Moro.Apenas 30(trinta) juízes federais assinaram o tal “manifesto”contra.
Pois é né? Ainda bem que o juiz de Curitiba é imparcial, com atestado do MP. Imagine se morássemos em um país no qual um juiz afastasse o principal adversário de um candidato e depois virasse ministro do vencedor. Impensável.
DEU NO JORNAL HOJE DE MANHÃ
Conselho Nacional do Ministério Público, que apurava atuação do procurador da Lava Jato, conclui que mensagens trocadas com ex-juiz foram obtidas pelo “The Intercept” de forma ilícita e que não houve infração funcional.O corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Orlando Rochadel, decidiu nesta quinta-feira (27/06) arquivar um processo administrativo disciplinar contra o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e outros procuradores que teriam trocado mensagens com o então juiz e hoje ministro da Justiça, Sergio Moro. As conversas foram divulgadas no início do mês pelo portal The Intercept Brasil. … – Veja mais em (Não publico links em comentários. Se quiser faça um resumo, por favor)
Isso encerra este assunto???
A conclusão de uma entidade corporativa “encerrar o assunto”? Espere até hoje à tarde.
Parabéns pelo trabalho, Sr. Plínio. Nem sempre concordo com o senhor, mas vejo que és muito responsável ao emitir suas análises. Neste caso do SM, é preciso estar muito cego de paixão para não ver o que ele fez. Se fosse nos EUA, país que SM e sua trupe amam tanto, ele já estaria na cadeia há muito tempo. Mas o Brasil é um país jovem, democracia jovem, ainda temos muito que aprender. Só espero que dê tempo! Um abraço.