Os candidatos ao Governo do Estado participaram de último debate antes da eleição. Foto: Tatiana Fortes/O POVO

O governador Camilo Santana (PT) concedeu entrevista coletiva logo após o debate realizado na noite desta terça-feira, 2, na TV Verdes Mares, e explicou as críticas que fez ao senador Tasso Jereissati (PSDB).

Durante embate com o candidato General Theophilo (PSDB), o petista disse que o ex-governador “nunca ajudou em nada” a gestão nos últimos três anos como parlamentar. Em resposta, o militar da reserva disse que o senador do PSDB levou o governador para conhecer diversos ministros do Governo Federal, que, consequentemente, ajudaram o Ceará.

Na saída do debate, Camilo afirmou que Tasso não ajudou o governo “objetivamente” com nenhum recurso. “Não escondi de ninguém que o senador Tasso não me ajudou objetivamente com nenhum recurso, com nenhum investimento para o Estado do Ceará ao longo dos três anos e nove meses que sou governador do Estado”, disparou.

O governador afirmou ainda que “todos têm a responsabilidade de ajudar o Estado, independente se é Tasso, Eunício ou Pimentel (PT), deputados federais. Quando passa a eleição é o momento de todos trabalharem para o bem do Ceará”, respondeu.

O Blog Política procurou a assessoria do senador Tasso Jereissati (PSDB) para comentar as declarações do governador e aguarda posicionamento.

ANÁLISE

O governador tem razão quando fala que todos os parlamentares do Estado deveriam trabalhar juntos pelo bem do Ceará. É o cenário ideal de republicanismo. A fala do petista, no entanto, surge com maior naturalidade porque exerce no momento o posto de situação, ou seja, quanto mais apoio melhor.

É muito mais fácil adotar esse discurso na situação do que na oposição. Na oposição, o cenário é o inverso. O movimento do governador de procurar o senador Eunício Oliveira (na época oposição) para ajudar na liberação de recursos é a confirmação de que não há esse republicanismo natural como cobra Camilo.

Como presidente do Congresso Nacional, e como senador, mesmo na oposição, a obrigação, que cobra Camilo, era para que não houvesse a necessidade dessa cobrança. Cobrança essa que acabou tendo consequências difíceis de explicar no processo eleitoral.

(Colaborou o jornalista Rômulo Costa)

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Wagner Mendes

Repórter do núcleo de política do O POVO wagnermendes@opovo.com.br

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