Jair Bolsonaro sugeriu que esquema irregular via WhatsApp seria organizado pela “esquerda” (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil)

O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, respondeu agora há pouco reportagem do jornal Folha de S. Paulo que revelou compra milionária de pacotes de disparos de mensagens em massa contra o PT via WhatsApp por empresários.

Em entrevista ao site “O Antagonista”, Bolsonaro negou participação no esquema e disse “não ter controle” sobre este tipo de atitude vinda de seus apoiadores. “Eu não tenho controle se tem empresário simpático a mim fazendo isso. Eu sei que fere a legislação. Mas eu não tenho controle, não tenho como saber e tomar providência”, disse.

O candidato levantou ainda suposição de que o esquema tenha sido orquestrado por grupos ligados à Fernando Haddad (PT) para “complicar” sua candidatura. “Pode ser gente até ligada à esquerda que diz que está comigo para tentar complicar a minha vida, me denunciando por abuso de poder econômico”.

Em sua página no Twitter, Bolsonaro voltou a negar envolvimento nas irregularidades, classificou a ação como “apoio voluntário” de empresários e disparou novas críticas contra adversários na disputa. “Apoio voluntário é algo que o PT desconhece e não aceita. Sempre fizeram política comprando consciência”.

De acordo com a reportagem da Folha, diversos empresários estão comprando pacotes de disparo em massa, de olho em fazer uma grande operação na semana anterior ao segundo turno. A prática viola a lei eleitoral, uma vez que seria uma forma de doação de campanha por empresas, o que é ilegal.

Além disso, a prática é considerada caixa 2, uma vez que os repasses, de até R$ 12 milhões, não foram declarados. Segundo a folha, uma das compradoras de pacotes seria a Havan, que já foi alvo de ação da Justiça por coagir empregados a apoiar o candidato do PSL. Os contratos seriam para o disparo de centenas de milhões de mensagens.

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Carlos Mazza

Repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO. Jornalismo de dados, reportagens investigativas, bastidores da política cearense. carlosmazza@opovo.com.br / Twitter: @ccmazza

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