O triunfo de Jair Bolsonaro (PSL) nesse domingo, 28, frente ao petista Fernando Haddad gerou repercussões variadas nos diferentes segmentos da sociedade civil. O ex-prefeito de São Paulo perdeu a Presidência da República neste segundo turno por diferença de 10 pontos percentuais, o equivalente a 10,7 milhões dos votos válidos.
Em nota publicada no próprio site, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) diz entender que o capitão reformado deverá promover governo que una os brasileiros. O presidente da entidade, Robson Andrade, avaliou que as reformas da Previdência e tributária, que deverão ser propostas em 2019, serão necessárias ao crescimento do País.
Segundo Andrade, agora, a espera do setor industrial é que Bolsonaro tenha capacidade de manter relações construtivas com os partidos para que a agenda reformista consiga se viabilizar.
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Presidente da Federação da Indústria do Estado do Ceará (Fiec), Beto Studart analisou a vitória do PSL em artigo publicado no O POVO nessa segunda-feira, 29. “Nossa esperança hoje reside no modelo à direita que está colocado e sobre o qual voltaremos nossas atenções e faremos as cobranças pelos resultados”, opinou.
Studart crê na possibilidade de estabilidade política com o novo presidente. “Equilíbrio das atividades, das ideias e dos ideais da sociedade, em que a indústria possa se desenvolver para gerar riqueza”.
O presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCAM), José da Fonseca Lopes, um dos protagonistas da greve deste ano, parabenizou Bolsonaro e disse esperar que o futuro chefe do Executivo federal mantenha “diálogo aberto” com a categoria. Na paralisação de maio, inclusive, profissionais pediram intervenção militar; outros exaltavam o até então pré-candidato.
A direção executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirmou que a maioria do eleitorado entregou do País para alguém que votou contra os trabalhadores ao longo da trajetória como parlamentar. Na nota assinada pelo presidente da CUT, Vagner Freitas, é destacado ainda que a campanha de Bolsonaro foi realizada à base de mentiras difundidas em redes sociais.
“É hora de unidade das forças democrático-populares para resistir”. Complementa ainda que fará frente a qualquer “ataque” contra direitos trabalhistas.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, ressalta a importância da união de trabalhadores e da centrais sindicais na busca por justiça e igualdade. “A Força Sindical vai cumprir seu papel histórico e institucional: vai representar os trabalhadores e sua luta por emprego decente, por uma aposentadoria justa, pela retomada do crescimento e em defesa do patrimônio nacional”, diz em nota.
Já a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), demonstra preocupação com o “futuro incerto da democracia”. A representação de profissionais de imprensa entende que, mesmo assumindo compromisso com a Constituição, Bolsonaro tem inclinações autoritárias e criminosas.
A federação falou também sobre a liberdade de imprensa e expressão a partir do dia 1º de janeiro de 2019. “A Fenaj e os Sindicatos de Jornalistas não aceitam qualquer tipo de violência contra a categoria e categoricamente afirmam que não há justificativa admissível para as agressões que vêm ocorrendo”.
Nesse domingo, no Comitê de Bolsonaro em Fortaleza, na Avenida Antônio Sales, jornalistas do Grupo de Comunicação O POVO e Sistema Verdes Mares foram atacadas física e verbalmente por militantes do candidato no exercício da profissão.