Jair Bolsonaro pretendia formar governo com 15 ministro, mas não conseguiu atingir esta meta. (Foto: AFP)

O governo federal eleito ganha traços concretos com os 20 nomes já anunciados – faltando apenas dois. Em razão de resistências entre diversos setores, a exemplo do Meio Ambiente e Indústria, a meta de compor o Palácio do Planalto com 15 ministros não foi atingida. Assim, entre notáveis, militares e “políticos de carreira”, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), está com equipe quase fechada, faltando duas nomeações.

Notáveis

Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública)

O magistrado ganhou visibilidade quando comandou as condenações da Operação Lava Jato em primeira instância, em Curitiba. A principal condenação do juiz afastado foi a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a nove anos e seis meses de prisão.

Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) 

Foi o primeiro astronauta sul-americano a ir ao espaço, na missão intitulada “Missão Centenário”, em alusão aos 100 anos do voo de Santos Dumont no avião 14 Bis. Filiou-se ao PSL de Bolsonaro para disputar esta eleição ao Senado como suplente de Major Olímpio.

Paulo Guedes (Economia)

Economista, ele é doutor pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. A instituição é referência em pensamento liberal no mundo. No decorrer da campanha presidêncial, Bolsonaro o credenciou várias vezes como “posto Ipiranga”. O termo era usado, na mioeria

Militares

O alto escalão do governo tem sete militares, a maioria generais e todos da reserva. O general de Exército, Augusto Heleno comandará o Gabinete de Segurança Institucional. O general de Exército Fernando Azevedo e Silva, a Defesa. Já o general de divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz estará à frente da Secretaria de Governo.

O Capitão Tarcísio Gomes de Freitas assumirá a Infraestrutura e o capitão Wagner Rosário estará na Controladoria Geral da União (CGU). Minas e Energia será atribuição do almirante Bento Costa Leite. Além destes, o já mencionado Marcos Pontes, reservista da Aeronáutica, completa o contingente militar na Esplanada. Os sete militares correspondem a 35% dos 20 nomes já anunciados.

Políticos de carreira

Onyx Lorenzoni (Casa Civil) 

Político do Democratas (DEM) e empresário. Ele está no quarto mandato como deputado federal. Coordena a equipe de transição como ministro extraordinário.

Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência) 

É advogado e deixou a presidência da sigla logo que Bolsonaro foi eleito. Esteve à frente da sigla para cuidar de todas as demandas de campanha. Agora, o posto é ocupado por Luciano Bivar, antecessor de Bebianno.

Marcelo Álvaro Antônio (Turismo)

Entrou na política em 2012, eleito como vereador de Belo Horizonte. Foi reeleito para o segundo mandato como deputado federal, neste ano, como o mais votado de Minas Gerais.

Osmar Terra (Cidadania)

Deputado federal por dois mandatos, Terra foi ministro do Desenvolvimento Social do atual presidente Michel Temer (MDB).

Grupos de interesse

Dois dos ministros de Bolsonaro são também políticos de carreira, com mandato parlamentar, mas entram no governo como representante de grupos de pressão e interesse.

Tereza Cristina (Agricultura)

A deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), 64 anos, será a primeira mulher ministra do governo Jair Bolsonaro. O próprio presidente eleito confirmou em sua rede social a indicação. A parlamentar foi indicada pela bancada ruralista no Congresso Nacional.

Luiz H. Mandetta (Ministério da Saúde)

É médico e ex-deputado federal pelo DEM. Não tentou se reeleger. Ele atuou em prol de Bolsonaro, de quem é amigo, na campanha em Mato Grosso do Sul. Tem apoio da Frente Parlamentar da Saúde.

“Cota de Olavo de Carvalho”

O filósofo autodidata é determinante na definição da linha ideológica do governo e indicou dois dos nomes mais identificados com o pensamento de direita.

Ricardo Vélez Rodriguez (Educação) 

Colombiano naturalizado, Rodriguez foi anunciado por Bolsonaro como filósofo autor de mais de 30 obras e professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

Ernesto Araújo (Relações Exteriores) 

Ocupará o espaço deixado por José Serra (PSDB) e  Aloysio Nunes (PSDB)  no governo de Temer. Fez carreira no Itamaraty, atuando nos EUA e Canadá como embaixador. Já gerou polêmicas com artigo em que se posicionou a favor do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mais recentemente, disse, no blog que mantém, que a globalização econômica é “pilotada pelo marxismo cultural”.

Sem filiação partidária

Roberto Campos Neto (Banco Central)

Executivo do Banco Santander, ele é neto de Roberto Campos, ex-ministro do Planejamento no governo do general Castelo Branco e representante do pensamento liberal.Neto tem especialização em Finanças pela Universidade da Califórnia, nos EUA.

Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional)

Está servindo ao atual governo como secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional. Exerce a função há cerca de cinco meses.

André Luiz de Almeida Mendonça (Advocacia Geral da União) 

Advogado e atual consultor da CGU. Já foi corregedor da AGU.

Nomes especulados

A pastora Damares Alves tem nome especulado para assumir o Ministério dos Direitos Humanos. Ela é assessora do senador Magno Malta (PR-ES). O outro ministério sem novo ministro é o Meio Ambiente. Para esta pasta, fala-se em Xico Graziano, ex-tucano, que abandonou o partido para apoiar Bolsonaro.

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Carlos Holanda

Repórter de Política do O POVO

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