Segundo colocado na lista tríplice para reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Candido Albuquerque disse que “universidade não é local para criar guetos ideológicos”.
De acordo com o postulante, a instituição de ensino “tem que produzir saber e conhecimento, e é nisso que nós vamos focar”.
Diretor da Faculdade de Direito da UFC, Albuquerque obteve nove votos na eleição realizada pelo Conselho Universitário (Consuni), na última segunda-feira, 20.
O candidato ficou atrás de Custódio Almeida, atual vice-reitor, que conquistou 25 votos. O terceiro nome da lista é o da professora Maria Elias Soares, diretora do campus de Crateús, com oito votos.
Maria Elias entrou na disputa após desistência de Antônio Gomes, que havia ficado em segundo lugar na consulta à comunidade acadêmica, feita no dia 8 deste mês.
A lista com os indicados pela eleição no Consuni deve ser encaminhada ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) ainda nesta semana.
“Espero que Bolsonaro escolha o mais votado na UFC”, diz Custódio Almeida
Cabe ao chefe do Executivo escolher um dos três nomes à disposição. Desde 2003, porém, o presidente da República costuma acatar o primeiro da lista, respeitando a vontade expressa no voto.
Além de criticar o que considera “gueto ideológico”, Candido Albuquerque também manifestou reserva em relação à forma de escolha atual para reitor.
“Nenhuma universidade no mundo adota processo de eleição direta”, afirma.
E questionou: “Você não vai imaginar que uma universidade como Harvard ou Stanford vá um dia fazer eleição direta”.
Para o professor, o ato de consulta sem intermediários a alunos, professores e servidores técnico-administrativos “não é bom para a administração universitária”.
Albuquerque disse ainda que “as grandes universidades do mundo têm comitês que identificam quais os melhores administradores e convidam essas pessoas”.