Homens vestidos com trajes típicos da cultura nordestina

Um dos projetos que vêm ajudando a manter viva a cultura nordestina é o dos Museus Orgânicos, como a Casa do Mestre Nena, na região do Cariri (Foto: Augusto Pessoa)

Domingo, dia 02 de agosto, é marcado como Dia da Cultura Nordestina. A data homenagem a Luiz Gonzaga

As músicas, as danças, o cordel, os festejos juninos, o linguajar, o artesanato, as comidas, as crenças populares e religiosas … A cultura nordestina é imensa, diversificada e rica. Isso não é por acaso. A região possui nove estados, a segunda maior população do País e o terceiro maior território brasileiro. Talvez por isso a região tenha, só pra ela, o Dia da Cultura Nordestina, comemorado em 02 de agosto.

A data é em homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que morreu no dia 02 de agosto de 1989. Considerado um símbolo da cultura do Nordeste, Luiz Gonzaga cantou a Região como poucos e ajudou a propagar para o resto do Brasil a cultura do povo nordestino.

No Ceará, o Sistema Fecomércio, através do Sesc, se tornou um importante fomentador e incentivador da nossa cultura. A Mostra Sesc de Culturas, por exemplo, promove um verdadeiro intercâmbio cultural, onde a tradição popular nordestina tem lugar de destaque através dos mestres da cultura.

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Tem também a cordelteca, formada pelo Sesc desde 2000, na cidade de Juazeiro do Norte, e que conta hoje com, aproximadamente, oito mil títulos e mais de 12 mil exemplares, incluindo obras raras, como História do boi vermelho (1916) e História da princesa Cristina (1953). A Cordelteca do SESC faz agendamento para visitação de escolas e abre seu acervo para pesquisa. Projeto de referência no Ceará, o SESC Cordel recebeu também o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Tradição

Um outro projeto, esse encabeçado pelo Sistema Fecomércio, através do Sesc, em parceria com a Fundação Casa Grande, vem ajudando a preservar e enaltecer a cultura do nosso povo: os Museus Orgânicos, localizados no Cariri. Com a participação do Sesc já foram inaugurados, em 2018 e 2019, seis Museus. O objetivo é que, ao final do projeto, a região conte com 16 museus no total, que, juntos, vão ter a missão de propagar suas manifestações, de maneira orgânica e, assim, preservar a cultura.

O projeto tem como principal premissa estabelecer um vínculo entre o legado histórico do saber dos mestres e onde inicia e reside a tradição: suas moradas. Assim, suas próprias casas tornam-se lugares de memória e de afeto, permeados de fotografias, vestimentas, instrumentos e tudo aquilo que marca o cotidiano desses mestres, abertos para que o público possa visitar e vivenciar essa cultura.

Reconhecimento

Além disso, o Sistema Fecomércio, através do Sesc iniciou a campanha de reconhecimento patrimonial da Chapada do Araripe, bacia cultural e geográfica que atravessa os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Em agosto de 2019 foi realizado o Seminário Internacional de Patrimônio Mundial da Chapada do Araripe. O encontro reuniu pesquisadores e gestores culturais para inauguração desse movimento de candidatura e criação do comitê que vai trabalhar na elaboração do dossiê sobre a Chapada do Araripe a ser apresentado ao Iphan e em seguida à Unesco para o reconhecimento da cultura e bioma como Patrimônio da Humanidade.

O Sesc, ao longo de 72 anos no Ceará, atua no desenvolvimento social através de ações em diferentes campos de atuação. E a cultura é uma área importante desse processo. Por isso, a Instituição percebe o patrimônio imaterial, sobretudo das tradições populares, como parte integrante da expressão humana. O trabalho realizado pelo Sesc reforça no povo a percepção de pertencimento, de se reconhecer através da sua cultura e seus processos históricos, passando assim a valorizá-la.

O consultor da Gerência Cultura do Sesc, Chagas Sales, avalia que o Sesc Ceará tem sido um importante incentivador das manifestações e expressões nordestinas, seja pelo viés das artes no âmbito mais contemporâneo, seja pela valorização das tradições populares, das memórias sociais e do nosso patrimônio cultural. “Tais afirmativas evidenciam-se na pluralidade de nossa atuação programática no campo da Cultura, que se articula também com outras áreas como Assistência e Educação”, pontuou.