310550Foi buscar a pequena arca de acácia guardada num armário velho. Desatou as correias de couro e, ao levantar a tampa, levou um susto. Os escaravelhos haviam desaparecido. Menachen lembrou-se de Thedras e do rabi Hemaiel no templo de Jerusalém, quando lhe falaram sobre os sinais. Deus fala através da língua dos sinais – pensou ele – e é preciso aprender essa linguagem se quisermos encontrar nosso caminho. Quem sabe seja um sinal de que podemos mudar o destino sem precisar depender de certas coisas para conduzir nossa vida?

Wilson Meiler

[Meiler, Wilson. A Arca do Encantamento: Segredos da Arte Milenar de Encantar, Cativar e ser Feliz. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005, p. 43.]

 Para quem tem lido alguns dos textos postados neste blog não constitui surpresa alguma afirmar que me deixo conduzir muito pelas sincronicidades, estes fatos maravilhosos que nos acontecem vez por outra e que o senso comum chama de coincidências. O próprio título do blog já o afirma explicitamente.

Pois bem, o livro que comento hoje me proporcionou uma sincronicidade que ainda estou tentando desvendar-lhe os possíveis significados e consequências. Na última quinta-feira – este é um ótimo dia para eventos sincrônicos, pois é regido por Júpiter, além de ser o dia da semana em que nasci – um amigo, o José de Paula, me falou de um livro cuja leitura havia concluído há pouco. Pelo entusiasmo demonstrado ao comentá-lo, perguntei-lhe se mo poderia emprestar. Na sexta-feira o livro chegou às minhas mãos. No sábado à tarde eu já havia concluído a leitura.

Ocorre que há várias semanas eu venho postando aos domingos textos em que aparece uma figura, digamos, fictícia, cujo local de nascimento situei na cidade de Palmyra, na Síria. Pois bem, minha primeira grande surpresa durante a leitura do livro aconteceu quando, ao virar a página três, me deparei com as seguintes palavras: “Os documentos indicam que, à época do nascimento de Cristo, vivia na cidade de Palmira, localizada na Síria, um mercador rico e famoso chamado Thedras” (p.4).

A segunda surpresa aconteceu por ocasião da leitura de dois outros trechos, mais adiante, um na página vinte e sete e, o outro, na página quarenta e três, o qual pus em epígrafe a este texto. Neles o autor fala da necessidade de ler os sinais para compreender as mensagens que Deus nos envia. Pois bem, também me refiro ao meu personagem como sendo um homem que tinha o hábito de ler os sinais.

A história contada em A Arca do Encantamento: Segredos Milenares de Encantar, Cativar e ser feliz, da autoria de Wilson Meiler,  é, toda ela, uma preparação para a leitura de dezenove manuscritos que, no final, serão apresentados ao leitor. Todos eles trazem alguma mensagem prática, com vistas à sua aplicação em diferentes circunstâncias, de forma a proporcionar ao indivíduo uma vida de sucesso, útil a si e aos outros. Um dos trechos do Manuscrito VII, por exemplo, afirma:

Aprendo com a sabedoria das águas. Quando um obstáculo se interpõe em seu caminho, a água não perde tempo se lamentando ou discutindo. Simplesmente o contorna, aumentando a velocidade. A água não conta quantas gotas serão necessárias para arrasar uma montanha ou para alisar a superfície áspera da rocha, pois sabe que uma simples gota, batendo milhares de vezes, irá cumprir a sua finalidade (p. 65).

Um livro a meio caminho entre a realidade e a ficção, é assim que eu classificaria A Arca do Encantamento: Segredos da Arte Milenar de Encantar, ficando a cargo do leitor decidir onde termina uma e tem início a outra, pois as pistas deixadas pelo autor são sempre cambiantes e parcialmente veladas. 

Para concluir, transcrevo o convite formulado pelo autor no texto de apresentação, intitulado “Uma Carta aos meus Leitores”:   

Este livro não promete nenhum milagre em sua vida. Mas, se você pretende desenvolver a sua capacidade de influência e persuasão, aumentar o seu magnetismo pessoal, gerenciar com sucesso, conhecer as práticas dos vendedores campeões e desvendar os segredos dos grandes realizadores, você escolheu o livro certo. Nele você conhecerá o conteúdo de manuscritos milenares. Porém, para se beneficiar desses manuscritos por completo, sugiro que, antes de colocá-los em prática, em respeito à pessoa que os repassou, conheça um pouco da sua história. Desejo que eles lhe sejam tão úteis como o foram para mim e para todos os que deles se utilizaram no decorrer de tantos séculos (p. viii).

About the Author

Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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