Ao vencedor darei o maná escondido e lhe entregarei uma pedra branca, na qual está escrito um nome novo que ninguém conhece, senão aquele que o recebe.
Ap 2,17
Pois foi bem no centro da cidade, no cruzamento da Rua Major Facundo com a Rua Pedro I que me deparei com as duas estranhas criaturas. Há pouco havia sápido da Livraria Arte e Ciência e seguia rumo à Praça do Ferreira, pois o meu intuito era ir à Livraria Paulus. Ao descer ao calçada sinto duas mãos posarem nos meu ombros, uma no direito e outra esquerdo, ao tempo em que ouço uma voz grave que diz: “Deus é misericórdia.” Atônito e meio desorientado viro a cabeça em uma e outra direção.
O que pronunciara a frase inicial, prossegue: “Não te assustes. Estamos aqui atendendo aos teus anseios. Logo mais perceberás do que estou falando.”
O outro, com uma voz muito suave, quase num sussurro, olha-me nos olhos, e diz: “Viemos trazer-te o nome.”
Já tendo atravessado a rua e encontrando-nos na outra calçada, o da voz grave nos convidou a pararmos por alguns instantes na Livraria da Calçada. Ali vislumbramos um amontado de livros espalhado pela calçada e nos degraus do edifício onde antigamente funcionava uma agência bancária. Um outro homem, que imaginei ser o dono dos livros, se aproximou de nós saudando-nos com um caloroso boa tarde. O de voz suave cumprimentando-o como a um conhecido, falou: “Vasco, este é o Alexandre, o dono da livraria.” Fiquei surpreso ao constatar que aquele desconhecido sabia o meu nome. Como ele poderia sabê-lo, se nenhum de nós havia ainda dito como se chamava?