(Foto: Alyibel/Pixabay)

Manter um negócio de forma saudável, além de evitar que o gestor pague juros em atraso e quebre relacionamento com o fornecedor também ajuda a trabalhar de forma mais assertiva

O ciclo de caixa é um relatório no qual se consegue observar efetivamente todas as entradas e saídas do negócio. Por meio dele, o empresário visualiza a saúde financeira de sua empresa.

Comprei, vendi e recebi. Observando o ciclo operacional parece bastante fácil manter o caixa da empresa funcionando em uma rotação saudável. De acordo com o administrador e especialista em Finanças e Controladoria, Roges Oliveira*, três prazos precisam ser trabalhados, um de compra, outro de giro de rotação do estoque e o de recebimento das vendas. “Eles determinarão a necessidade de capital de giro a ser financiada e dessa forma manterão o ciclo de caixa no azul”, afirma.

Depois de realizar uma venda até receber o pagamento, entra um fator chamado “contas a receber”. Esse período é chamado de prazo médio de recebimento onde são contados: recebimentos a prazo, seja no cartão ou parcelamentos via boleto ou cheque. Ou seja, tudo o que se tem para receber com vendas feitas a prazo. Roges aponta que um dos maiores problemas atualmente que podem desestabilizar a rotação de caixa está relacionado à inadimplência. “Dados atuais apontam que 35% das pessoas físicas não conseguem cumprir com seus contratos. Uma empresa realizar suas vendas correndo o risco de não receber o pagamento acarretará em prejuízo”, pontua.

Como isso impacta seu negócio?
O administrador fala que o micro e pequeno empreendedor deve enxergar em que momento precisará de dinheiro e assim trabalhar de forma preventiva e captar recursos de forma mais barata, pois isso permite fazer toda uma gestão, em relação a questão de pagamentos e investimentos. Ele diz que antes de receber o pagamento das vendas efetuadas, o empreendedor deve se atentar a outros gastos como aluguel e pagamento de fornecedores: “nesse intervalo o prazo de contas a pagar é mais curto”.

“Hoje, os fornecedores acabam não dando tanto prazo para o cliente, que é o pequeno e médio negócio, que acaba se obrigando a fazer pagamentos à vista ou assumindo prazos que não chegam a 7 dias”, relata o especialista. Ele informa que a mercadoria é vendida, porém, o dinheiro só será recebido em um tempo maior do que o estabelecido para pagar seu distribuidor. O gestor deve saber quando ficará sem dinheiro para cobrir esse recurso. “Em alguns dias, o negócio estará sem capital, que precisará ser ingerido pelo empreendedor. Será necessário calcular o capital de giro, ou seja, quanto dinheiro será necessário para manter a operação de um negócio funcionando durante esse período. A falta de capital de giro pode ‘quebrar’ a empresa”.

O Especialista informa que nessa hora o gestor, por questão de desespero, pode recorrer a cheque especial ou empréstimos de curto prazo com taxas caríssimas. “A gestão de fluxo de caixa é importante para se avaliar o fluxo de pagamento e recebimento. A partir daí se avalia em que momento é necessário dinheiro ou quando será preciso antecipar um recebimento ou postergar um pagamento junto fornecedor”.

Fluxo de caixa
As atividades operacionais podem ser saudáveis, mas no fim se “destrói” o valor na hora de fazer a aquisição de uma máquina ou equipamento. “Há empresas que financeiramente podem obter lucro e no fim “destruir” a sobra de caixa na compra de máquinas e equipamentos que ela só vai ter lucro em longo prazo”, explica Roges. O fluxo de caixa ajuda a verificar para onde vai o dinheiro. Se ele está indo para operação, financiamento ou investimento.

Quais ações podem ser feitas?
• Dar desconto para o cliente nas vendas à vista
• Trabalhar com antecipação de parcelamento.
• Estabelecer um prazo médio de estocagem e recebimento.
• Controlar negociações com fornecedores e tentar prazos de pagamentos mais longos
• Ter sempre capital disponível para manter a rotação do caixa

*Roges Oliveira é consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará

(+) Saiba mais sobre gestão de ciclo de caixa

GUIA DE FINANÇAS PARA NEGÓCIOS

GUIA DE FINANÇAS PESSOAIS