Mais da metade dos lares brasileiros enfrentou algum grau de insegurança alimentar no ano passado, como aponta o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). O cenário, agravado pela pandemia, exige medidas de combate à fome, que, para serem assertivas, demandam estudos e embasamento teórico. Essa é somente uma das questões pela qual devemos pensar sobre comida, incluindo ainda sustentabilidade, produção, negócios gastronômicos, culturas e representatividades. Todos esses assuntos fundamentam as tomadas de decisões que irão impactar o que iremos comer no futuro.
Nossos hábitos alimentares são o resultado de muitas influências históricas, sociológicas e antropológicas. A série de cursos Pensar Comida, do Senac Ceará, vai refletir sobre a gastronomia nesse olhar diversificado e abrangente. O primeiro curso aborda o tema Mudanças na Mesa dos Brasileiros e propõe a disseminação do conhecimento sobre os consumos alimentares da população, nos séculos XX e XXI. “O conhecimento das preferências, abundâncias e escassez de alimentos, contribui para que a gente escolha o que comer com mais consciência e sabendo de onde vem nossos alimentos”, explica Vanessa Santos, consultora de Gastronomia do Senac Ceará.
Com formato remoto, ao vivo e abordagem totalmente teórica, o Pensar Comida: Mudanças na Mesa dos Brasileiros traz duas professoras reconhecidas nacionalmente. Adriana Salay é historiadora e pesquisa hábitos alimentares no país há nove anos. Desenvolve hoje um doutorado em História Social na Universidade de São Paulo (USP) sobre a fome e é professora de cursos de pós-graduação em Gastronomia. Coordena ainda o projeto Quebrada Alimentada, que por meio de doações e estrutura de restaurantes, distribui refeições para pessoas em vulnerabilidade alimentar na periferia de São Paulo. Ela é também uma das articuladoras da campanha Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome.
Joana Pellerano, por sua vez, é Doutora em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM-SP), mestre em Ciências Sociais (PUC-SP) e em Comunicação e Gastronomia (Universitat de Vic), além de bacharel em Comunicação Social – Jornalismo (UFES). É professora e pesquisadora da área de alimentação, além de uma das autoras do site de divulgação científica Comida na Cabeça.
“Ambas falam com propriedade sobre alimentação, fome e hábitos alimentares. Os produtos consumidos atualmente não são os mesmos de antigamente, já que a comida enquanto cultura, é um resultado de hoje. É importante compreender o que é que está disponível para o consumo, o que é abundante, o que é escasso e o porquê disso tudo, já que impacta no nosso dia a dia”, garante Vanessa Santos.
A consultora destaca ainda que o curso não se destina apenas aos gastrônomos e gastrônomas que devem estar sempre atualizados sobre os temas que envolvem a sua profissão, mas abrange todos os profissionais, estudantes e pesquisadores interessados nos temas de alimentação e gastronomia, com abordagem sociológica, histórica, nutricional, entre outras.
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