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Vasco Arruda

Cá da janela do apartamento onde moro fico olhando os humanos que passam lá embaixo numa pressa infernal. Para onde caminham todos eles? O que querem da vida? Será que eles sabem aonde vão? Não sei não, acho estes humanos uns atrapalhados. Às vezes me parecem um monte de bobalhões que não sabem por que nem para que vivem, embora vivam se perguntando sobre seus motivos. Parece que eles gostam de complicar as coisas.
Eu, de minha parte, não complico nada. Eu não me pergunto por que vivo, pra que isso? Fico olhando pro Domvasco, aqui do lado, ocupado com os seus livros. Meu Deus, como este homem precisa de livros! Passa o tempo lendo. Parece que quando ele está em casa não sabe fazer outra coisa. Até pelo chão há livros espalhados. Coitado! Acho que ele não sabe muito o que fazer com tanta leitura, se é que ler tanto serve pra alguma coisa. Talvez ler demais só faça é confundir as ideias.

Vasco Arruda

Uma característica atribuída ao povo brasileiro é a tolerância religiosa. O caldeirão de culturas que formou o País teria propiciado a convivência harmônica entre os diferentes credos, ao contrário de outras nações onde violentas disputas derramam sangue inocente. Na prática, porém, a realidade é outra. Seguidores das religiões afro-brasileiras sempre conviveram com a desconfiança alheia. Nos últimos tempos, há indícios de que a situação se agravou. Somente no Rio de Janeiro, são contabilizados, por ano, quase 100 casos de agressões morais ou físicas envolvendo intolerância religiosa em relação aos praticantes de umbanda e candomblé.
Juliana Dal Piva e Michel Alecrim
[Juliana Dal Piva e Michel Alecrim. O avanço da rivalidade religiosa, p. 75. Em: Revista Isto É, 9 NOV/2011, Ano 35, Nº 2191. São Paulo: Editora Três.]

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Vasco Arruda

Cristo, sem ambição e apego às coisas materiais.
Cristo, sem dogmas e ritos.
Cristo, sem seguidores e mestres.
Cristo, voltado para o interior do homem.
Cristo, da Igualdade, fraternidade, sem crença nas religiões organizadas.
Cristo, sem fronteiras, sem partidos, sem ideologias.
Cristo, sem preconceitos raciais.
Cristo, partindo do amor, surgindo no coração.
Cristo, sem meias verdades.
Cristo, da liberdade e da paz universal.
Cristo, que não condiciona os seus seguidores.
Cristo, que nasce no interior do homem.
Cristo, do coração para outro coração.
Francis Valois Tsé
[Tsé, Francis Valois. Cristo verdadeiro. Em: Revela-te: um pouco de tudo: poesia, humor, reflexões, máximas, contos. – Recife: Liceu, 2011, p. 12.]

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Vasco Arruda

É assim que se fala da “santidade original” de Maria, atribuída à obra do Espírito Santo, que a plasmou e dela fez nova criatura; do próprio Espírito Santo, que na anunciação consagrou e tornou fecunda a virgindade de Maria, transformando-a em palácio do Rei e tálamo do Verbo, templo ou tabernáculo do Senhor, arca da aliança ou da santificação (títulos patrísticos, mas ricos de ressonâncias bíblicas); da relação sublime existente entre o Espírito Santo e Maria, comparável ao aspecto esponsal, por causa da qual a Virgem foi chamada santuário do Espírito Santo, expressão que enfatiza o caráter sagrado da Virgem, que se tornou morada estável do Espírito de Deus; da plenitude de graça e da abundância de dons com que o Espírito enriqueceu a Virgem, de modo tal que ao Espírito Santo foram atribuídas a fé, a esperança e a caridade que animavam o coração da Virgem, a força que sustentava a sua adesão à vontade de Deus, o vigor que a mantinha de pé na sua compaixão junto a cruz; da particular influência do Espírito no Magnificat, em que Maria se faz porta-voz profética da palavra de Deus; da descida do Espírito no pentecostes, com Maria presente junto á igreja nascente, fundamento do recurso à intercessão da Virgem para obter do Espírito a capacidade de gerar Cristo na própria alma.
A. Amato
[Amato, A. Verbete: Espírito Santo, p. 458. Em: Dicionário de Mariologia. Dirigido por Stefano De Fiores e Salvatore Meo. Tradutores: Álvaro A. Cunha, Honório Dalbosco, Isabel F. L. Ferreira. – São Paulo: Paulus, 1995. – (Dicionários)]

Vasco Arruda

A literatura não é só uma decisão, mas uma necessidade. Não tive escolha. Se eu não escrevesse minha vida ficaria inviável. Resolvo todos meus conflitos pela escrita.
Eliane Brum
[Escrita criativa – Os segredos de escritores e professores de Redação Criativa para a realização de um bom texto. Por Alceu Luís Castilho. Revista Língua portuguesa. São Paulo: Editora Segmento, Ano 6, Nº 70, agosto de 2011, p. 42-47

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Vasco Arruda

A palavra humana/Comunica e age/Na vida do irmão A palavra Divina/Revela a verdade/Nossa salvação As duas palavras: Espiritualidade/De Teresa e de João A palavra de Teresa/Nos ensina a orar – /Caminho de perfeição A palavra de João/Nos ensina a amar/Mesmo na escuridão A palavra, pois, está/No Carmelo Secular/Como ação e oração
Luciano Dídimo
[Dídimo, Luciano. A palavra na espiritualidade do Carmelo Secular. Em: Dídimo, Luciano. O meu Carmelo é marrom. Fortaleza: Edição do autor, 2011.]

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Vasco Arruda

O pensamento doutrinário de Jesus está todo ele fincado em dois pilares, em duas colunas, quais sejam: a responsabilidade e o merecimento. Quanto à responsabilidade, quis Jesus demonstrar que o indivíduo responde por suas ações, pelos seus atos, pelo seu crescimento espiritual até chegar à perfeição. Quanto ao merecimento, quis Jesus demonstrar que o indivíduo, pelo esforço individual, e pelo seu merecimento, alcançará o Reino do Céu, a perfeição estipulada por Deus, objetivo maior destinado a todos os seus filhos. Para que o indivíduo alcance a perfeição serão necessárias várias existências e foi por isso que Jesus falou de maneira velada. O sermão da montanha – as Bem-aventuranças – sintetiza toda a sua doutrina. Se nada mais Ele tivesse falado e exemplificado, o conteúdo moral nele encerrado dispensaria todo o resto. Nesse sentido, os próprios Evangelhos são seus complementos.
José Gilbervan de Oliveira
[Oliveira, José Gilbervan de. O espiritismo e Jesus: a fé raciocinada em contraposição à fé cega. Fortaleza: Gráfica LCR, 2011, p. 130.]

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Vasco Arruda

A mariologia supera em muito o simples dado bíblico revelado. Maria de Nazaré não é um simples personagem como Simão Pedro, ou Paulo, ou Maria Madalena. Esses são personagens circunscritos em sua historicidade e, quando vão além dela, fazem-no a partir de uma espécie de exemplaridade de tipo hierárquico-institucional ou espiritual. O caso de Maria vai além. Ela emerge como um personagem arquetípico. Mais ainda: não poucos entendem que ela não é só um personagem do passado, mas que é “contemporânea” de todas as gerações que a sucedem, por aplicar-lhe a mesma imagem que Karl Barth refere a Jesus Cristo.
É preciso perguntar-se a que responde esse sentimento tão profundo que se detecta nos povos, na gente, para com Maria, e não só em épocas passadas, mas também atualmente. Que motivos existem para que milhares e milhares de pessoas acorram a seus santuários, reúnam-se neles para orar, escutar a Palavra, encontrar-se com Jesus eucarístico, experimentar o consolo e ternura de Deus através dela?
José Cristo Rey Garcia Paredes