Press ESC to close

Vasco Arruda

– Ora, diga-me; não crê agora que haja uma Providência?
– Sempre acreditei.
– Não minta; se acreditasse não teria recorrido ao suicídio.
– Tem razão, coronel; dir-lhe-ei até: eu era um pouco de lodo, hoje sinto-me pérola.
– Comprendeu-me bem; eu não queria aludir à fortuna que veio encontrar aqui, mas a essa reforma de si mesmo, a essa renovação moral, que obteve com este ar e na contemplação daquela formosa Celestina.
Machado de Assis
[Assis, Machado de. Obra completa em quatro volumes: volume 2. Organização Aluizio Leite Neto, Ana Lima Cecilio, Heloisa Jahn. – 2ª. ed. – Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. v. – (Biblioteca luso-brasileira. Série brasileira. O anjo Rafael. p. 941ss.]

Vasco Arruda

Temos o Espírito. Quem se houver encontrado com a existencialidade do Espírito encontrou a sua própria existencialidade em Deus. Não podemos, nem quremos negar ou esconder e obscurecer que ouvimos o som dos céus “qual vento impetuoso”ou negar que vimos a Nova Jerusalém, que tomamos a eterna decisão e que estamos “em Cristo Jesus”.
Porém, o que significa “ouvir”, “ver”, “estar?”
Se começarmos a acentuar as nossas vantagens e os nossos méritos raciocinando e discorrendo em termos de “nós”mesmos, ou daquilo que “temos” ou “possuímos”, então ingressamos e nos assentamnos nos arraiais da religião. Nem podemos pretender estar falando do Espírito quando o colocamos em conotação ou o relacionamos com as nossas próprias pessoas ou quando o temos em nossa vida. Contudo, precisamos contar que o temos e é certo que se não anunciamos que o recebemos, todavia pensamos e, se não pensamos, pelo menos sentimos pois, de fato, RECEBEMOS O ESPÍRITO!
Karl Barth
[Barth, Karl. Carta aos Romanos. De Karl Barth por Koller Anders, segundo a quinta edição alemã (impressão de 1967). Tradução Lindolfo Anders; revisão Anisio Justino. São Paulo: Fonte Editorial Ltda., 2005, p. 429.]

Vasco Arruda

A Universidade Sem Fronteiras está com inscrições abertas para o curso livre “Freud, Jung e a Religião”, que será ministrado pelo prof. Carlo Tursi.
O curso abordará as respectivas compreensões do fenômeno religioso dos seguintes mestres da Psicanálise:
Sigmund Freud
Carl Gustav Jung
Alfred Adler
Viktor Frankl
Erich Fromm
É uma ótima oportunidade para quem quer se iniciar numa abordagem do fenômeno religioso sob a perspectiva da psicologia e da psicanálise. Além do atrativo da temática que será abordada, vale mencionar também as peculiaridades comuns aos cursos ministrados pelo prof. Carlo Tursi, detentor de uma metodologia muito particular, caracterizada especialmente pelo entusiasmo e diversidade de informações comuns às suas aulas. Vale a pena conferir!

Seguem, abaixo, informações sobre o curso.
Período: março a junho/2011
Início: Dia 14 de março (segunda-feira)
Horário: 19:00 h
Local: Universidade Sem Fronteiras
Inscrições: 3224.0909

Vasco Arruda

O lugar a ser encontrado está dentro de você mesmo. Aprendi um pouco, a respeito, no atletismo. O atleta que está em excelente forma tem um ponto de quietude dentro de si mesmo, e é ao redor disso, de um modo ou de outro, que sua ação se exerce. Se estiver todo projetado lá fora, no campo ou na pista, ele não conseguirá um desempenho adequado. Minha esposa é bailarina e diz que isso é verdade na dança, também. Existe um centro de quietude, interior, que deve ser conhecido e preservado. Quando você perde esse centro, entra em tensão e começa a cair aos pedaços.
Joseph Campbell
[Campbell, Joseph com Moyers, Bill; org. por Betty Sue Flowers. O poder do mito. Tradução de Carlos Felipe Moisés. – São Paulo: Palas Athena, 1990, p. 171.]

Vasco Arruda

Muitos buscam nas palavras religiosas, bíblicas ou não, o seu norte. Outros preferem provar que a psicanálise é uma ciência e assim sentir-se seguros com ela. Talvez todos possam sentir-se com a verdade, cada um de sua forma, cada um com sua ilusão, como escreveu Calderon de La Barca: a vida é um sonho.
Abrão Slavutzky
[Slavutzky, Abrão. A ilusão tem futuro. Em: Wondracek, Karin Heller Kepler (organizadora). O futuro e a ilusão: um embate com Freud sobre psicanálise e religião. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2003, Cap. 5, p. 118.]

Vasco Arruda

Somente foi dado compreender àquele que pôde experimentar. Na verdade, ainda que em certo sentido as experimentássemos entre nós, de maneira alguma nossas palavras, maculadas pelas coisas cotidianas e sem valor, estariam em condições de exprimir tantas maravilhas. E talvez o mistério teve que se manifestar na carne, porque não teria podido ser explicado em palavras (cf. Ecl 1,8). – Fale, portanto, o silêncio onde falta a palavra (cf. Sir 43,29), porque também uma coisa significada clama onde falta o sinal. (…) Será veraz e digno de fé quem tiver por testemunhas a natureza, a lei e a graça (cf. Jo 1,17).
Frei Tomás de Celano
[Fontes Franciscanas e Clarianas. Apresentação Sergio M. Dal Moro; tradução Celso Márcio Teixeira… [et. al.]. 2ª. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. Frei Tomás de Celano, Segunda Vida de São Francisco , Cap. CLIV: A devoção à cruz; e um segredo oculto, p. 427.]

Vasco Arruda

A minha piedade vai toda para aquele que desperta no meio da grande noite patriarcal, convencido de que ainda tem por cima as estrelas de Deus, e de repente se sente em viagem. Proíbo terminantemente que o interroguem, porque sei muito bem que não há resposta que mitigue a sede. Aquele que interroga, o que em primeiro lugar procura é o abismo.
Antoine de Saint-Exupéry
[Saint-Exupéry, Antoine de. Cidadela. Tradução de Ruy Bello. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982, p. 15.]

0 33
Vasco Arruda

Contemplar em atitude de oração o Jesus da história em quem o cristão acredita que Deus estava vivendo humanamente é olhar com toda profundidade para as mais plenas possibilidades do ser humano. A ênfase da humanidade de Jesus, que é uma recuperação feita pela cristologia contemporânea, é a correção a uma superênfase dada à divindade de Cristo, e de uma maneira de se ver Cristo somente pela perspectiva de sua divindade. A teologia especulara sobre o que era apropriado a Deus e então pressupõe esses mesmos atributos em Jesus, eliminando efetivamente quase todos os vestígios de seu ser humano, em todo sentido verdadeiro da palavra. Esse Jesus não podia ficar doente, não podia crescer em santidade, tinha a previsão exata de cada evento e gozava da visão beatífica mesmo em sua condição terrena.
Estudos críticos das Escrituras distinguem uma perspectiva pós-ressurrecional por parte dos autores dos evangelhos. Precisamos distinguir, meditando sobre Jesus, esses elementos verdadeiros embora interpretativos, nos quais os primeiros cristãos tentaram conceituar e verbalizar suas extraordinárias experiências com essa pessoa. Se pudéssemos estar ao lado deles em seus encontros com Jesus, poderíamos facilmente apreciar a beleza das mitologias inspiradas que surgiram a partir do processo primário de pensamento tanto de Jesus quanto de seus primeiros discípulos, e que foram preservadas para nós nas preciosidades que compreendem o Novo Testamento. Ao mesmo tempo, se conseguirmos distinguir essas mitologias, elas não precisarão obscurecer a verdadeira humanidade de Jesus, nem o paradoxo que ele encarna.
Anne Brennan e Janice Brewi
[Brennan, Anne e Brew, Janice. Meia-idade e vida: oração e lazer, fontes de um novo dinamismo. 2ª. ed. Tradução Isa F. Leal Ferreira; revisão Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 1991, p. 125. – (Col. Amor e psique).]

10 217
Vasco Arruda

E lá continuávamos nós novamente na batalha, mais renovados e mais felizes, pois sabíamos que não estávamos sós. E assim, com o tempo, acabamos por aprender com a Mãe muitas coisas… Entre elas foi dizer algo muito especial: – “Maria, passa na frente!” Quando fazíamos isto, as batalhas eram vencidas, as portas trancadas se abriam, as pessoas certas surgiam no caminho para nos ajudar, os corações endurecidos à nossa frente amoleciam, o demônio corria embora, a coragem retornava! Não importava o que tínhamos a fazer, orávamos e dizíamos: “Maria, passa na frente!” porque Ela nos mostrou o poder extraordinário que há nesse pedido! É como achar a chave certa para a fechadura de uma porta trancada e ouvir o clique do abrir.
Denis e Suzel Bourgerie
[Bourgerie, Suzel e Denis. Maria, Passa na Frente! 37ª. ed. Campinas, SP: Edições Logos, s/d, p. 5.]