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Vasco Arruda

Através do Pai-Nosso, a perspectiva se dirige para o próprio Jesus, para a sua mensagem e sua pessoa. Das sete petições pode-se deduzir como Jesus experimentou Deus e como ele entendeu a sua missão.
Jesus não aparece explicitamente no Pai-Nosso. Não há nenhuma palavra sobre ele próprio, sobre a sua honra e a sua atuação, também não aparece nenhuma palavra sobre a Igreja. O Pai-Nosso é totalmente teocêntrico. Nele se fala somente de Deus dentro do triângulo: Deus – mundo – ser humano. Com isso, aponta-se para os tempos iniciais do cristianismo, para os inícios jesuânicos.
Mas justamente pelo fato de o Pai-Nosso falar de modo concentrado sobre Deus é que Jesus está presente nele de forma abscôndita. Pois justamente a concentração em Deus corresponde à essência básica da sua existência e constitui a força motora de sua proclamação. Jesus não pregou a si mesmo. Ele não está interessado na sua autorrealização, mas na realidade e na realização de Deus. Sua profissão é falar de Deus no mundo e suscitar fé nas pessoas é o seu objetivo. Nele próprio se manifesta o que significa ter fé em Deus. Ele interpretou a sua relação pessoal com Deus nas suas pregações e nas suas ações. O Pai-Nosso contém a quintessência de sua experiência de Deus. Por isso, este é o credo próprio de Jesus.
Heinz Zahrnt
[Zahrnt, Heinz. Viver como se Deus existisse. Tradução de Haroldo Reimer e Ivoni Richter Reimer. – Petrópolis, RJ: Vozes, 1996, p. 162.]

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Vasco Arruda

O dogma sobre a assunção foi particularmente objeto de uma séria preparação para uma consulta da Igreja universal, que chegou ao reconhecimento da evidência da fé, ao povo cristão. O que pode parecer mais audacioso, na promulgação que Pio XII fez sobre a assunção, a 1º de novembro de 1950, é a ausência de todo fundamento escriturístico “direto”. Os teólogos protestantes reagiram assaz vivamente diante dessa situação, agravando o clima de desconfiança com relação às antigas noções de deusa guia.
Jean-Claude Michel
[Michel, Jean-Claude. Assunção de Maria, um êxtase de amor. Tradução de José Joaquim Sobral. – São Paulo: Editora Ave-Maria, 2005, p. 7. – (Série Virgem Maria; 4)]

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Vasco Arruda

Tupã Tenondé apresenta-se como colibri, a grande expressão do sagrado para o povo Guarani, pois é uma das suas primeiras formas de manifestação – o que vê a totalidade a partir dos mundos sutis do espírito. Ainda hoje é sob essa forma ágil que se apresenta um mensageiro divino – aquele que vem da morada de Tupã – quando quer transmitir uma orientação espiritual importante, ou um sinal de proteção, de presença, de indício de caminho correto.
Kaka Werá Jecupé
[Kaka Werá Jecupé. Tupã Tenondé: A criação do Universo, da Terra e do Homem segundo a tradição oral Guarani. São Paulo: Peirópolis, 2001, p. 35.]

Vasco Arruda

Com efeito, assim diz o Senhor Iahweh, o Santo de Israel: Na conversão e na calma estava a vossa salvação, na tranquilidade e na confiança estava a vossa força. À voz do teu clamor, ele fará sentir a sua graça; ao ouvi-lo, ele te responderá. Aquele que te instrui não tornará a esconder-se, sim, os teus olhos verão aquele que te instrui. Teus ouvidos ouvirão uma palavra atrás de ti: “Este é o caminho, segui-o, quer andeis à direita quer à esquerda”.

Is 30,15a;19b;20b-21

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Vasco Arruda

Jamais Jesus explicou realmente quem era ele. Deixou os Judeus, as massas e os próprios discípulos na dúvida. Os demônios denunciavam-no. Mandava os demônios se calarem (Mc 1,25). As multidões o aclamavam como Messias, e ele fugia para longe delas. João Batista ficou perplexo e mandou perguntar-lhe por intermédio dos seus discípulos: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” E Jesus respondeu: “Voltem e contem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciada a Boa Notícia (Mt 11,3b-5). Porém, não diz quem ele é.
José Comblin
[Comblin, José. Jesus de Nazaré. São Paulo: Paulus, 2010, p. 16. (Coleção Espiritualidade bíblica)]

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Vasco Arruda

O Magnificat convida a uma descoberta desse mundo interior em que Deus aguarda cada homem, no íntimo do coração. Maria não confunde sua alma com seu espírito, está muito familiarizada com a vida interior, conhece esse ponto de junção entre a alma e o espírito em que a Palavra age.
Pierre Dumoulin
[Dumoulin, Pierre. O Magnificat: uma escola de oração. Tradução José Joaquim Sobral. – São Paulo: Editora Ave-Maria, 2003, p. 19.]

Vasco Arruda

“Abra na página quinhentos e trinta e oito e leia o capítulo XI”. O dia não havia ainda amanhecido quando, absorto em minha meditação , com as mãos pousadas sobre o volume de nada menos que 1996 páginas contendo a mais refinada espiritualidade, fui surpreendido pela inconfundível voz. Não esperava que ele me aparecesse antes do dia primeiro, quando, conforme sugerira, eu deveria dar continuidade ao desenho da Mandala da Vida. Mas apareceu, pegando-me de surpresa mais uma vez. “Leia o capítulo XI”, prosseguiu, “e a seguir volte ao Prólogo, lendo tudo desde o início até o último capítulo