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Vasco Arruda

Há um aspecto da meditação que a experiência nos torna muito familiar. É um aspecto que se acha profundamente inserido na tradição cristã. O cristão sabe que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. E, como ele mesmo nos disse, veio para dar-nos a sua paz e deixar-nos a paz. São Lucas começa seu evangelho dizendo que Cristo veio para “guiar nossos passos no caminho da paz” (Lc 1,79). A paz cristã é algo único e só podemos encontrá-la em Cristo.
É como São Paulo diz na Epístola aos Romanos: “Estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5,1). A meditação é o nosso caminho para a paz de Cristo porque ele habita em nosso coração e, na meditação, procuramo-lo em nosso coração porque “ele é a nossa paz” (Ef 2,14). Em sua epístola aos efésios Paulo fala que Cristo eliminou todas as barreiras, simbolizadas pela parede divisória no Templo, que separava o pátio exterior do interior, a realidade exterior da interior. Em Cristo a realidade volta a ser una.
A meditação faz exatamente isto em nossas vidas. Ela derruba todas as barreiras erguidas dentro de nós, entre nossa vida exterior e interior, e põe em harmonia tudo o que há em nós. A paz de Cristo, que supera todo entendimento, toda análise, surge desta unidade. A opção proposta por Paulo, o desafio em Paulo, reside em viver de acordo com o Espírito, que cria esta unidade. Em outras palavras, somos convidados a viver desta plenitude de poder que existe no coração de cada um de nós; mas isto só acontecerá se nos voltarmos para ele e nos abrirmos a ele.
John Main
[Main, John. O momento de Cristo: a trilha da meditação. 3ª. ed., 2004. Tradução I.F.L. Ferreira. – São Paulo: Paulus, 1992, p. 43. – (Coleção meditações).]

Vasco Arruda

Oh! Meu Deus! Quão insignificante é aquilo que fazemos! Coloquemo-lo, pois, nas mãos de Maria através dessa devoção. Quando nos tivermos oferecido a Ela, em verdade, até o ponto em que seja possível entregar-se-lhe, despojando-nos de tudo para Lhe agradar, Ela tornar-se-á depois infinitamente mais generosa para conosco: por um ovo dar-nos-á uma galinha.
São Luís Maria Grignion de Montfort
[São Luís Maria Grignion de Montfort. O Segredo de Maria. 1ª. ed. – Lorena: Cléofas, 20101, p. 53.]

Vasco Arruda

Às vezes, o retardamento em atender às preces é uma prova a que Deus nos submete. Mas Ele afinal se apresenta, assumindo a forma adorada pelo devoto persistente. Um cristão devoto contempla Jesus; um hindu vê Krishna ou a deusa Káli; ou então, uma Luz que se expande, se a adoração assume forma impessoal.
Paramahansa Yogananda
[Yogananda, Paramahansa. Autobiografia de um Iogue. Tradução de Adelaide Petters Lessa. – São Paulo: Summus, 1981, p. 204.]

Vasco Arruda

…o seu inconsciente precisa de um deus. É uma necessidade séria e autêntica.
C. G. Jung
[Jung, C. G. A vida simbólica: escritos diversos. Tradução de Araceli Elman, Edgar Orth; revisão literária de Lúcia Mathilde Endlich Orth; revisão técnica de Jette Bonaventura. – Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. – (Obras completas de C. G. Jung; v. 18/1) III. A vida simbólica, p. 277.]

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Vasco Arruda

Acho que não consigo preservar minha saúde e meu ânimo se não passar quatro horas por dia, pelo menos – e geralmente é mais do que isso -, vagando através das matas, dos morros e dos campos, absolutamente livre de todos os compromissos terrenos. Você pode propor um centavo para ler meus pensamentos, ou até mil libras. Quando às vezes lembro que os artesãos e os negociantes ficam em suas lojas não só toda a manhã, mas toda a tarde também, sentados de pernas cruzadas, tantos deles – como se as pernas fossem feitas para se sentar sobre elas e não para ficar de pé ou caminhar sobre elas -, acho que merecem algum crédito por não terem cometido o suicídio há muito tempo.
Henry David Thoreau
[Thoreau, Henry David. Caminhando. Tradução de Roberto Muggiati. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2006, p. 71. (Sabor literário)]

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Vasco Arruda

Públio Lêntulo, nobre romano, que governava a Judeia no tempo de Jesus, numa carta ao Senado Romano, até hoje incontestada, diz assim:
“No momento em que vos escrevo, existe aqui um homem de singular virtude, que se chama Jesus. Os bárbaros o têm em conta de profeta, mas os seus sectários o adoram como filho dos deuses imortais. Ressuscita os mortos e cura os enfermos, falando-lhes e tocando-os. É de estatura elevada e bem conformada, de aspecto ingênuo e venerável. Seus cabelos de uma cor indefinível caem-lhe em anéis até abaixo das orelhas, e espalham-se pelos ombros com uma graça infinita, trazendo-os ele à moda dos Nazarenos. Tem fronte larga, espaçosa, e as faces coloridas de amável rubor. O nariz e a boca, de uma admirável regularidade. A barba, da mesma cor dos cabelos, desce-lhe espessa até ao peito, bipartida à semelhança de forquilha. Os olhos brilhantes, claros e pequenos. Prega com majestade; e suas exortações são cheias de brandura. Fala com muita eloquência e gravidade. Ninguém jamais o viu rir; muitos, porém, o têm visto chorar, não poucas vezes. É sobremodo sábio, moderado e modesto, um homem, enfim, que por suas divinas perfeições se eleva acima de todos os filhos dos homens”.
[Citado em: Chiappetta, Luís. Jesus, meu mestre: texto de religião para o curso ginasial e de madureza. 1ª. ed. vol. I – A Fé. São Paulo: Paulinas, 1960, p. 150.]

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Vasco Arruda

Eu percebi naquele momento que eu tinha uma escolha. Eu poderia tentar argumentar com Deus e descobrir o objetivo d´Ele, ou eu poderia simplesmente me render. Não é necessário compreender Seu objetivo, para depois ceder a Ele. De fato, eu penso que agrada a Deus quando estamos dispostos a recebermos aquilo que Ele nos oferece, antes mesmo de compreendermos totalmente. Com frequência, é pelo ato de nos rendermos que começamos a compreender. Pois, assim foi para mim com relação à consagração ao Imaculado Coração de Maria.
Patti G. Mansfield
[Mansfield, Patti G. Magnificat: reflexes de uma mãe sobre Maria. Tradução Donato Krachevski. – São Paulo: Palavra & Prece, 2011, p. 43.]

Vasco Arruda

Este fato, este uso do direito de resposta que está acontecendo aqui, abre um capítulo novo na história da defesa dos direitos humanos, da dignidade humana no Brasil. As leis brasileiras preveem o direito à liberdade religiosa, o direito de não sofrer discriminações, agressões por motivo de convicção religiosa, e nós estamos vendo que já existem os caminhos para garantia desse direito e para punição dos que não o respeitam. De maneira que, por tudo isso, eu estou convencido de que nós estamos começando, efetivamente, um capítulo novo na história da defesa dos direitos humanos no Brasil.
Dalmo Dallari
[Fala de Dalmo Dallari no programa Diálogo das religiões-Direito de resposta. Dalmo Dallari é um dos mais renomados juristas brasileiros. Em 1996, tornou-se professor catedrático da UNESCO na cadeira de Educação para a Paz, Direitos Humanos e Democracia e Tolerância, criada na Universidade de São Paulo.]