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Vasco Arruda

677 Articles

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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Vasco Arruda

É em Cristo que vemos a origem de nossa aflição: nosso afastamento de Deus. É em Cristo que vemos a nossa culpa: a estulta ambição de nos tornarmos iguais a Deus. Quando em Deus vemos a razão de nossa aflição e a origem de nossa culpa, achamos também a nossa fortaleza em Deus; então o sol se deterá em Gibeon e a luz no vale de Ajalom; o mar se abrirá para garantir uma via enxuta e segura; as águas do Jordão estagnarão; a criatura velha, egocêntrica, se transformará em Cristocêntrica e o Homem NOVO buscará e invocará a Deus: Aba, Pai! Já não será riscado do Livro da Vida o nome ali inscrito desde a eternidade.
Lindolfo K. Anders
[Comentário de Lindolfo K. Anders em: Barth, Karl. Carta aos Romanos. Segundo a quinta edição alemã (impressão 1967). Tradução e comentários: Lindolfo K. Anders. São Paulo: Fonte Editorial Ltda., 2005, p. 611.]

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Vasco Arruda

Transcrevo, abaixo, o texto escrito pelo Prof. Carlo Tursi a propósito do 1º Colóquio Teológico.

Repercussão promissora do 1º Colóquio Teológico
“Quem dizeis que eu sou?”
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O auditório José Albano, do Centro de Humanidades da UFC, com 112 lugares, estava lotado no dia 28 de maio – em pleno sábado de manhã: É que o Movimento por uma Formação Cristã Libertadora havia convidado para um debate aberto e gratuito acerca de “Aspectos cristológicos do imaginário de Jesus”, questionando até que ponto o “Cristo da Fé” do povo crente reflete as características históricas da figura e do projeto de Jesus de Nazaré. Polêmica garantida!
Moderadora Valdicélia Cavalcante acolheu o público em nome do MFCL e chamou os dois palestrantes a compor a mesa (um outro convidado, Pe. Marco Passerini, fora impossibilitado de participar por motivo de doença): Prof. Michael Kosubek (“O que a pesquisa histórico-crítica hodierna nos permite saber acerca do Jesus histórico?”) e Prof. Vasco Arruda (“Até que ponto desejos e projeções infantis participam da construção do imaginário acerca do Cristo milagreiro e salvador?”). Suas colocações, ricas em conteúdo e complementares em sua respectiva ótica, provocaram um envolvimento extraordinário da platéia (22 intervenções, entre perguntas e comentários). Eis algumas das inquietações:
Por que a história do cristianismo é marcada muito mais por prece e louvor do que por seguimento a Jesus? – Como a exegese moderna, com seu interesse histórico-crítico, pode evitar que a figura de Jesus se transforme em apenas um personagem proeminente do passado, perdendo assim a relevância como o “Vivente e Presente” em fé e vida das pessoas hoje? – Será que a fórmula da devoção popular “Entrego minha vida a Jesus!” contém algo mais do que uma recusa infantil da responsabilidade pelo próprio destino? – Poderia existir uma religiosidade/espiritualidade que não fosse marcada pela sensação infantil de desamparo e necessidade de proteção por um Pai Todo-poderoso que “quebra todos os meus galhos”? – Será que o papa Bento XVI, em seu livro sobre Jesus de Nazaré, estava bem-intencionado quando, já logo no início, não se ateve aos pressupostos metodológicos da exegese científica e exigiu o reconhecimento a priori da divindade do Jesus histórico? – Qual a imagem de Jesus Cristo que devemos apresentar ao povo cristão em catequese, ensino religioso e homilia? – Qual a importância de um determinado referencial cristológico para o (não-) engajamento social e político de cristãos e cristãs?
Embora as perguntas recebessem tratamento competente e aprofundamento significativo pelos palestrantes, o tempo se revelou curto para esgotar a riqueza de perspectivas e problemas que foi trazida à tona. O Movimento, desde já, estuda a possibilidade de oferecer um segundo colóquio para clarificações (e problematizações!) ulteriores. – Antonieta Bezerra, em nome do MFCL, agradeceu a tod@s e encerrou os trabalhos daquela memorável manhã. Que venha mais! Outro Cristianismo é possível!
Carlo Tursi

Vasco Arruda

CONVITE PARA O 1º COLÓQUIO TEOLÓGICO DO MOVIMENTO POR UMA FORMAÇÃO CRISTÃ LIBERTADORA

“E vós, quem dizeis que eu sou?”
Aspectos Cristológicos do Imaginário de Jesus

A figura Jesus de Nazaré transmitida pelo cristianismo, até os dias de hoje, mediante a fé no Cristo e Filho de Deus, ao longo do tempo, tanto fascinou como inquietou a muitos.

Percebe-se que as múltiplas imagens de Jesus veiculadas hoje, parecem refletir pouco o projeto do Jesus histórico, tal como emerge da pesquisa histórico-crítica. Aparentemente, a devoção religiosa prevalece sobre o seguimento de Jesus. Por isso, convidamos tod@s a percorrer as trilhas dos estudos mais atualizados da exegese histórico-crítica, das novas hermenêuticas e do pensamento teológico vivo latino-americano e internacional.

Debatedores: Pe. Marco Passerini, Prof. Michael Kosubek e Prof. Vasco Arruda

Local: Auditório José Albano (área 1 do CH da UFC)

Av. da Universidade, 2683 – Benfica.

Data: 28 de maio Horário: 8:00 às 11:00 h

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Vasco Arruda

O jugo e o peso imposto pelo Senhor a São João de cuidar de Nossa Senhora, foi verdadeiramente um jugo suave e um peso ligeiro. Quem não teria, de fato, vivido de muito boa vontade com aquela Mãe que havia trazido nove meses no seu seio o Verbo Encarnado e com ele passado 30 anos na mais plena e doce devoção? Quem não sente inveja do predileto do Senhor, que, na ausência do Filho de Deus, pôde desfrutar a presença de sua Mãe? Mas, se não erro, também nós, rezando, podemos pedir à benignidade do Verbo Encarnado, para nós e por nosso amor ao crucificado, que nos diga: “Eis a tua mãe!”. E que ele diga à sua Mãe, a nosso respeito: “Eis teu filho!”. O Senhor não é avaro da sua graça, desde que nos aproximemos do seu trono com fé, confiança e coração não fingido, mas verdadeiro e sincero.
São Roberto Belarmino
[Belarmino, São Roberto. As sete palavras de Cristo na Cruz. Citado em: Sgarbossa, Mario. Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente: com uma antologia de escritos espirituais. Tradução Armando Braio Ara. – São Paulo: Paulinas, 2003, p. 527.]

Vasco Arruda

O AGAR – Grupo das mulheres do CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos) – que trabalha a hermenêutica a partir da ótica feminista, está promovendo um Seminário sobre Teologia Feminista. O Seminário tem como tema “Maria Madalena e Maria de Nazareth – Uma Maria(s)logia da autoridade das mulheres”.
Esse evento constitui, seguramente, uma grande oportunidade para discutir a teologia sob um enfoque diferente, uma vez que esta é uma seara que ao longo dos séculos, a exemplo de outros tantos ramos do conhecimento, vinha sendo de domínio quase exclusivamente masculino.
Assessoras que debaterão o tema:
Isabel Aparecida Felix – assessora nacional do CEBI, co-fundadora da ONG MENINA FELIZ de Campina Grande-PB e autora de artigos relacionados à hermenêutica feminista da Bíblia.
Maria Soave Buscemi – educadora e biblista popular, assessora nacional e coordenadora da Dimensão de Gênero do CEBI. Autora de vários livros, dentre eles “Luas, contos e encantos dos evangelhos”, edição conjunta CEBI/PAULUS.
Tânia Couto – professora de Bíblia da Faculdade Católica de Fortaleza e da Escola de Pastoral Catequ[etica-ESPAC.
Data : 09 a 10 de maio de 2011
Horário: 18:30h às 21:30h
Local: Centro Pastoral Maria Mãe da Igreja – Rua Rodrigues Junior, 300
O evento é aberto ao público em geral. Aproveito o ensejo para convidar os leitores deste blog que tenham interesse pela teologia a prestigiarem essa louvável iniciativa do Grupo AGAR.

Vasco Arruda

Mi gallejo, mira quién llama./ _ Angeles son, que ya viene el alba.
Santa Teresa de Jesus
[Teresa de Jesus. Obras Completas. Texto estabelecido por Fr. Tomas Alvarez, O.C.D. Direção Pe. Gabriel C. Galache, SJ. Tradução de Adail Ubirajara Sobral e outros. – São Paulo: Edições Carmelitanas: Edições Loyola, 1995, Al Nacimiente del Niño Dios, p. 990]

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Vasco Arruda

Cristo, desde o início, se acha no centro da fé e da vida da Igreja. E também no centro do magistério e da teologia. Quanto ao magistério, é preciso reportar-se a todo o primeiro milênio, a partir do I Concílio de Niceia, passando pelos de Éfeso e Calcedônia, e depois até o II Concílio de Niceia, consequência dos anteriores. Todos os concílios do primeiro milênio giram em torno do mistério da Santíssima Trindade, compreendendo a processão do Espírito Santo; mas todos, na sua raiz, são cristológicos. Desde que Pedro confessou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16), Cristo se achou no centro da fé e da vida dos cristãos, no centro do testemunho deles, que muitas vezes foi até o extremo do derramamento de sangue.
Graças a esta fé, a Igreja conheceu uma crescente expansão, apesar das perseguições. E a fé progressivamente foi cristianizando o mundo antigo. E mesmo que mais tarde tenha aparecido a ameaça do arianismo, a verdadeira fé em Cristo, Deus-Homem, segundo a confissão de Pedro em Cesareia de Filipe, não cessou de ser o centro da vida, do testemunho, do culto e da liturgia. Poder-se-ia falar de uma concentração cristológica do Cristianismo, que ocorreu já desde o início.
Isto se refere, antes de tudo, à fé e diz respeito à tradição viva da Igreja. Uma expressão peculiar da mesma se dá no culto mariano e na mariologia: “Foi concebido do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem” (Credo). A marianidade e a mariologia da Igreja não são senão outro aspecto da mencionada concentração cristológica.
Sua Santidade João Paulo II
[João Paulo II, Papa. Cruzando o limiar da esperança: Depoimentos de João Paulo II a Vittorio Messori. Tradução Antônio Angonese e Ephraim Ferreira Alves. – Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994, p. 58]

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Vasco Arruda

Amor fati VII: Pessach
Eu acredito em alguma coisa. Você faz força para não acreditar em nada. O Sílvio diz que isso é do século passado, ceticismo é o nome, coisa que andou muito em moda há tempos. Ele cita o nome do sujeito que você lia muito.
– Renan?
– Sei lá. Um nome qualquer. Quem foi esse camarada?
– Um ex-seminarista que escreveu fantasias, num ótimo francês. Sílvio tem razão nesse particular: o ceticismo fica bem no século XIX, mas não sou um homem do século XIX, embora seja cético quanto ao movimento de vocês. Luto apenas para ser homem, independente do tempo, sozinho.
– Você acha isso possível?
– Difícil. Mas não impossível.
Carlos Heitor Cony
[Cony, Carlos Heitor. Pessach: a travessia. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 167.]

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Vasco Arruda

Amor fati VI: O sinal
Na narração bíblica da história de Jacó, vemos que ele passou a noite inteira pelejando com o anjo para que o abençoasse e não o largou enquanto não recebeu a bênção, isto é, a prova de que seu pedido de proteção havia sido aceito.
Assim também quando pretenderdes obter alguma coisa do Cristo interno, não abandoneis o vosso pedido, enquanto ele não vos der um sinal de que foi aceito.
Esse sinal é um sentimento de absoluta calma mental e a convicção íntima de que a dificuldade está resolvida.
Quando tiverdes chegado a esse resultado, sentireis uma inefável vibração de Harmonia com tudo o que vos rodeia, um Amor profundo pela humanidade e pelos vossos “inimigos”, o sentimento da mais perfeita Justiça reinará em vosso coração e a mais clara percepção da Verdade brilhará em vossa mente e, acima de tudo, tereis o completo alívio de vosso fardo.
Lourenço Prado
[Prado, Lourenço. Alegria e triunfo. São Paulo: Pensamento, 2010, p. 83]