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Vasco Arruda

677 Articles

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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Vasco Arruda

Há um aspecto da meditação que a experiência nos torna muito familiar. É um aspecto que se acha profundamente inserido na tradição cristã. O cristão sabe que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. E, como ele mesmo nos disse, veio para dar-nos a sua paz e deixar-nos a paz. São Lucas começa seu evangelho dizendo que Cristo veio para “guiar nossos passos no caminho da paz” (Lc 1,79). A paz cristã é algo único e só podemos encontrá-la em Cristo.
É como São Paulo diz na Epístola aos Romanos: “Estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5,1). A meditação é o nosso caminho para a paz de Cristo porque ele habita em nosso coração e, na meditação, procuramo-lo em nosso coração porque “ele é a nossa paz” (Ef 2,14). Em sua epístola aos efésios Paulo fala que Cristo eliminou todas as barreiras, simbolizadas pela parede divisória no Templo, que separava o pátio exterior do interior, a realidade exterior da interior. Em Cristo a realidade volta a ser una.
A meditação faz exatamente isto em nossas vidas. Ela derruba todas as barreiras erguidas dentro de nós, entre nossa vida exterior e interior, e põe em harmonia tudo o que há em nós. A paz de Cristo, que supera todo entendimento, toda análise, surge desta unidade. A opção proposta por Paulo, o desafio em Paulo, reside em viver de acordo com o Espírito, que cria esta unidade. Em outras palavras, somos convidados a viver desta plenitude de poder que existe no coração de cada um de nós; mas isto só acontecerá se nos voltarmos para ele e nos abrirmos a ele.
John Main
[Main, John. O momento de Cristo: a trilha da meditação. 3ª. ed., 2004. Tradução I.F.L. Ferreira. – São Paulo: Paulus, 1992, p. 43. – (Coleção meditações).]

Vasco Arruda

Oh! Meu Deus! Quão insignificante é aquilo que fazemos! Coloquemo-lo, pois, nas mãos de Maria através dessa devoção. Quando nos tivermos oferecido a Ela, em verdade, até o ponto em que seja possível entregar-se-lhe, despojando-nos de tudo para Lhe agradar, Ela tornar-se-á depois infinitamente mais generosa para conosco: por um ovo dar-nos-á uma galinha.
São Luís Maria Grignion de Montfort
[São Luís Maria Grignion de Montfort. O Segredo de Maria. 1ª. ed. – Lorena: Cléofas, 20101, p. 53.]

Vasco Arruda

Às vezes, o retardamento em atender às preces é uma prova a que Deus nos submete. Mas Ele afinal se apresenta, assumindo a forma adorada pelo devoto persistente. Um cristão devoto contempla Jesus; um hindu vê Krishna ou a deusa Káli; ou então, uma Luz que se expande, se a adoração assume forma impessoal.
Paramahansa Yogananda
[Yogananda, Paramahansa. Autobiografia de um Iogue. Tradução de Adelaide Petters Lessa. – São Paulo: Summus, 1981, p. 204.]

Vasco Arruda

…o seu inconsciente precisa de um deus. É uma necessidade séria e autêntica.
C. G. Jung
[Jung, C. G. A vida simbólica: escritos diversos. Tradução de Araceli Elman, Edgar Orth; revisão literária de Lúcia Mathilde Endlich Orth; revisão técnica de Jette Bonaventura. – Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. – (Obras completas de C. G. Jung; v. 18/1) III. A vida simbólica, p. 277.]

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Vasco Arruda

Acho que não consigo preservar minha saúde e meu ânimo se não passar quatro horas por dia, pelo menos – e geralmente é mais do que isso -, vagando através das matas, dos morros e dos campos, absolutamente livre de todos os compromissos terrenos. Você pode propor um centavo para ler meus pensamentos, ou até mil libras. Quando às vezes lembro que os artesãos e os negociantes ficam em suas lojas não só toda a manhã, mas toda a tarde também, sentados de pernas cruzadas, tantos deles – como se as pernas fossem feitas para se sentar sobre elas e não para ficar de pé ou caminhar sobre elas -, acho que merecem algum crédito por não terem cometido o suicídio há muito tempo.
Henry David Thoreau
[Thoreau, Henry David. Caminhando. Tradução de Roberto Muggiati. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2006, p. 71. (Sabor literário)]